3 – De passeio até ao supermercado – Pullman, Moscow, Troy

A casa onde vive o casal dono da Hunter Moon Homestead.

O amigável cão Jasper, que não foi de meias medidas: sentou-se no meu colo, no banco de trás.

Neva fortemente.

A Kate tinha uma consulta marcada, e deixou-nos – a mim e ao Rick – a fazer compras no supermercado, entretanto. A companhia do Rick é agradável. Se ele estivesse sozinho na residência, com o Jasper, teria sido positivo.

Repare-se nos saquinhos pendurados nas grades. Contêm luvas, meias, etc. Do lado esquerdo há um papel azul plastificado que diz “Chase the Chill”. Investigando na internet, vou dar à página da Unitarian Universalist Church of the Palouse, na cidade de Moscow, onde nos encontramos. A sua página diz o seguinte:
“Ajude os necessitados neste inverno! A nossa colaboração anual com as Bibliotecas Públicas de Latah County e Neill, onde doamos equipamentos para o frio a qualquer pessoa necessitada. Se você tiver luvas, chapéus, cachecóis, etc. novos ou usados ​​em boas condições, pode deixá-los aqui na Igreja UU ou em qualquer uma das bibliotecas!
Você pode receber itens gratuitos em frente à Biblioteca do Condado de Latah, perto da escadaria da frente, ou na área de estar “River Nook”, ao lado do estacionamento, perto da Biblioteca Neill.”¹

Este cemitério encontra-se na berma da estrada, e o Rick fez uma rápida paragem, sem sair do carro, para eu tirar uma foto. Conforme descrevi noutras viagens, é prioritária a visita aos cemitérios dos países por onde passo, bem como o conhecimento dos hábitos e rituais fúnebres das várias culturas. A forma como um país – uma determinada sociedade e cultura – encara a morte, e cumpre rituais fúnebres, varia sobremaneira de país para país, e eu tenho tido oportunidade de observar isso, pela Europa, América, Ásia, África, Austrália. Um cemitério em Timor-Leste, por exemplo, é ricamente colorido. As campas apresentam tons claros: azuis, verdes, amarelos. Nos verdejantes cemitérios em Viena de Áustria, as pessoas andam de bicicleta no seu interior, sentam-se e leem um livro; e aqui passeei de bicicleta entre os túmulos de Beethoven, Mozart e outros. Alguns cemitérios possuem vastas planícies de relvados. Outros, densa vegetação, que praticamente impede a passagem de quem os visita (e não é por abandono, é mesmo uma opção). Outros cemitérios ostentam orgulhosamente os seus túmulos para quem passa na estrada – é o caso da Hungria (ao longo de quilómetros, os túmulos saudavam-me, à minha passagem na bicicleta). Outros países – como é o caso de Portugal – por seu turno escondem-nos atrás de muros.
Toda a filosofia de vida de um povo manifesta-se na morte.
Deixo alguns links dos cemitérios de outros países, que mostrei nestas crónicas, ao longo dos anos. Eu diria que o mais bonito foi o da Gronelândia, coberto de neve. Os de Timor-Leste são os mais originais, de tão coloridos que são. Os da China têm paisagens grandiosas, porque os seus mortos querem ficar a ver bem longe.

Amazónia brasileira (link)
Arménia (link 1 & 2)
Áustria (link) – túmulos de Beethoven, Mozart e Schubert, entre outros
Bulgária (link)
China (link 1; 2; 3; 4; 5)
Dinamarca (link) – túmulos de Kierkegaard e de Hans Christian Andersen
Gronelândia (link)
Hungria (link 1 & 2)
Ilhas dos Açores, Portugal (link 1; 2; 3; 4)
Índia, cemitério hindi (link)
Índia, cemitério cristão (link)
São Tomé e Príncipe (link 1; 2; 3)
Timor-Leste (link 1; 2; 3; 4; 5)

Leite que comprei no supermercado; eu estava a descarregar o carro, e deixei-o ali por uns segundos. Não sei que pastos, norte-americanos, as vaquinhas comem, porque se estas embalagens não dissessem “leite”, jamais eu acreditaria que é leite. Tem um sabor estranhíssimo. Não é mau, entenda-se, mas está bem longe do leite das vaquinhas portuguesas que comem pastos açorianos.


¹ Pallen, J. (17 dezembro 2024). “Chase the Chill is back!”. Unitarian Universalist Church of the Palouse. Página consultada a 20 janeiro 2025,
https://palouseuu.org/chase-the-chill-is-back-2/

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