838 km de bicicleta pela Alemanha, Áustria, Eslováquia e Hungria

01 - Alemanha e Áustria

Foram no total 838 km de bicicleta. Aqui não estão incluídos os 6 dias passados em Viena e Budapeste, dado que na cidade não usei o GPS. Mas são cidades grandes, e ainda fizemos com certeza alguns quilómetros adicionais pelas largas e compridas avenidas. Foram no total 24 dias de viagem. Nos dois primeiros dias não tirei fotos. Efetivamente nem levei máquina fotográfica. Fazer 800 km de bicicleta carregada com a máquina – não quis. Esses dois primeiros dias foram dos mais bonitos, com o rio Danúbio serpenteando entre grandes montanhas verdes. Seguem as duas únicas fotos que tirei:

O hotel onde ficámos, em Schlogen

Os famosos cisnes selvagens do Danúbio, os quais fomos vendo com frequência. Já estávamos na Áustria, aqui.

A partir de então não resisti a começar a tirar umas fotos de recordação. Seguem portanto algumas fotos divididas por países ou zonas. Usámos 5 bicicletas alugadas durante a viagem. Em cada parte do percurso íamos tendo uma bicicleta diferente, de diferentes agências. De facto eu usei mais uma – uma sexta bicicleta – porque a do Lago Balaton estava com um problema no pipo e perdia ar. Pelo que a trocaram por outra. A agência de viagens transportava-nos as bagagens diariamente. Às 9 da manhã as malas tinham de estar no lobby do hotel. Uma carrinha levava-as, e quando nós chegávamos à terra seguinte, de bicicleta, já as malas estavam no hotel à nossa espera. Todos os hotéis estavam marcados. Os maiores percursos diários que tivemos rondavam os 80 e os 90 km. Normalmente andavam pelos 50 ou 60 km por dia. São percursos fáceis, planos. Depois existem os opcionais, como as visitas a castelos altaneiros.

Nesta foto vêem-se no topo as ruínas do Castelo de Aggstein, onde subimos. E voltámos a visitar outros, ocasionalmente, conforme as forças e o tempo nos permitiam.

Estes quilómetros diários eram feitos com muitas paragens e visitas pelas terras por onde íamos passando. A agência que tratou da nossa viagem – uma agência austríaca – forneceu-nos um pequeno livro com o mapa e indicações do que visitar em cada terra. Muitas igrejas, claro. Igrejas e mais igrejas. Esse mapa ia dentro de uma pequena mala, na frente da bicicleta, para irmos acompanhando o percurso à medida em que pedalávamos.

02 - Viena

Em Viena passámos quatro noites.

Deixámos as nossas belas bicicletas, de boa qualidade, num hotel designado, e nunca mais as vimos. A partir daqui foram-nos fornecendo outras, não tão boas.

Recomendo o Viena Pass para quem visite esta cidade, pois tem praticamente tudo incluído. Já o mesmo não sucede em Budapeste, cujo Budapest Card inclui muito pouca coisa e optámos por não o comprar.

Seguem algumas fotos, poucas relativamente ao que vimos. Em muitas ocasiões era inclusivamente proibido tirar fotos, em determinados museus (onde, como é hábito, de vez em quando tiro uma à socapa). Assistimos a dois concertos, cujos bilhetes eu tinha comprado previamente, ainda em Portugal, através da internet. Infelizmente não pude ir à Viena State Opera, dado estar fechada nesta altura de verão. Foi um ponto baixo nesta viagem. Tentei compensar com outros pequenos concertos em salas periféricas, e a da foto abaixo acabou por revelar-se muito bom – na belíssima “Sala Terrena” da Mozart House, casa onde o Mozart viveu algum tempo. Nesta precisa sala o Mozart tocou para o Bispo Colloredo em 1781. Causa o seu impacto. Nesta salinha tão pequena, com tão boa acústica, o Mozart em pessoa andou por aqui.

Os 6 dias passados em Viena e Budapeste foram mais cansativos do que os restantes 800 km da viagem, diga-se. Mas é normal. As cidades são sempre cansativas: andar de um lado para o outro, no meio do trânsito e do calor, no pára-arranca a visitar museus, catedrais, monumentos. E ainda sair à noite. O ponto alto foi mesmo a visita ao Zentralfriedhof – o Cemitério Central de Viena, onde vimos as sepulturas de Beethoven, Mozart, Strauss, Brahms, Schubert e outros. Um cemitério enorme, longe do centro (aqui pedalámos algum tempo para lá chegar, e depois para voltar) tranquilo e bonito, onde, como é hábito nestes países, e à semelhança do que eu já tinha feito em Copenhaga no ano passado, se pode passear de bicicleta. Este cemitério fica relativamente longe do centro, mas o de Copenhaga (onde visitei os túmulos de Hans Christian Andersen e de Kierkegaard) é mais central, pelo que é frequente ver pessoas a passear de bicicleta ou simplesmente sentadas nos bancos de jardim a lerem um livro. A filosofia destes países relativamente aos cemitérios e consequentemente às pessoas falecidas é significativamente diferente da nossa. Aliás, nós temos cemitérios fechados, com muros bem altos. Na Áustria e na Hungria muitas vezes nem têm cercas. E estão virados orgulhamente para a estrada, onde passamos e podemos ir lendo as placas. Se me é permitido deixar uma opinião, parece-me mais saudável esta atitude de acolhimento, do que a nossa de afastamento.

Túmulo de Beethoven

Túmulos de Mozart e Schubert, respetivamente

Túmulos de Johann Strauss (filho), e Brahms, respetivamente

03 - Eslováquia

Chegámos a Bratislava às 11 da manhã e passámos o dia na cidade. Foi o percurso mais pequeno de toda a viagem, 18 km apenas para chegar à capital da Eslováquia, vindo da Áustria.
Já não voltaremos mais à Áustria.
E mal saímos deste país notou-se imediatamente a diferença. A partir de agora, na Eslováquia e na Hungria, os caminhos já não terão tanta qualidade e deixarão de ser exclusivos para bicicletas. Vamos agora partilhar o caminho com carros e com buracos. Da bela Áustria nos despedimos.
Em contrapartida entramos numa nova fase – gastronómica. A comida eslovaca e húngara é fabulosa. É comida (nada dietética, pelo contrário: bem consistente) para alimentar homens robustos húngaros e também raparigas portuguesas de bicicleta. Não pus qualquer restrição na minha alimentação, nesta viagem fisicamente exigente, pelo que comi loucamente. E adorei a comida húngara.
Fizémos esta viagem em regime de 4 estrelas com meia pensão incluída, pelo que o pequeno almoço já era um banquete demorado. E os jantares agora tornaram-se noutro ainda maior, com os acepipes húngaros.
Passámos apenas duas noites na Eslováquia – uma em Brastislava e outra em Patince.

Uma das frequentes paragens nos cafezinhos das aldeias. Na rua perguntámos por um supermercado. Não existe. Só na próxima vila, respondeu-nos uma senhora eslovaca, roliça e sorridente. Claro que não respondeu em inglês. Nós dissemos simplesmente “Supermarket” e ela fez sinal com o dedo indicador espetado que “não”, e depois apontou na direção da terra seguinte, dizendo o nome desta, que hoje já não me recordo qual. Nós percebemos e acabámos por ir então a este pequeno café.
Fica a nota de que falar inglês é uma coisa rara naquelas bandas. Inclusivamente nos hotéis onde fomos ficando – na Áustria e na Alemanha também. Raramente falavam inglês. Aterrámos às 23h em Munique, exatamente no dia em que um miúdo desequilibrado de 18 anos resolveu matar pessoas num fast-food (o aeroporto estava calmo, com patrulhas de polícia, mas nada de anormal) e a saga do inglês começou logo aí. Ninguém nos foi buscar, contrariamente ao esperado. A pessoa que vinha buscar-nos foi afetada pelo atentado, querem ver?… Primeiro que alguém nos entendesse e finalmente constatássemos que tínhamos de dirigir-nos a outro terminal, foi uma saga. Tínhamos de entender-nos por monossílabos – até mesmo nos hotéis. Considero isto surpreendente. Mas não há turismo estrangeiro nestas terras? Os hotéis só recebem gente local? São só bávaros, austríacos e húngaros a viajar?
De forma que o nosso vocabulário inglês exercitado foi muito reduzido. Praticamente usámos apenas três palavras durante esta viagem: supermarket, restaurant, spa. Era a nossa vida e bastava-nos.
No final de cada etapa diária, que normalmente durava 6 a 8 horas, em alguns hotéis esperava-nos um belo Spa. Sabia maravilhosamente bem, depois de várias dezenas de quilómetros de bicicleta, fazer sauna, banho turco, jacuzzi… Tratámo-nos bem, sim.

04 - Hungria

É uma viagem que exige alguma resistência física, naturalmente, e acima de tudo grande disciplina. Apetece dormir mais um bocadinho?… Sente-se cansaço?… Esqueçam. É levantar, tomar o pequeno almoço, arrumar as malas,  entregá-las no lobby do hotel até às 9, e partir. Não se sabe o que nos espera, podemos ter um furo ou pode acontecer algo inesperado, pelo que é imprescindível sair logo pela manhã. Além de que nunca sabíamos ao certo quantos quilómetros íamos fazer nesse dia. O mapa dava uma indicação diária, mas rapidamente nos apercebemos que não era correta, pois pelo menos mais 10 km fazíamos.
Existiam várias opções – ou seguir pela margem sul do rio Danúbio, ou pela margem norte. Ou intercalar ambas como quiséssemos. O mapa indicava as pontes e os ferries, apresentava sugestões, explicava o tipo de caminhos, se tinham muito trânsito ou se eram estradas mais calmas, que povoações havia para visitar em cada margem e respetivas atrações. Era um planeamento que podia ocupar-nos uma hora ou mais, todas as noites.
Viajámos sempre sozinhos, mas ocasionalmente íamo-nos cruzando com outros grupos que faziam o mesmo percurso. Nunca chegávamos ao mesmo tempo dado que cada qual tem o seu ritmo – além de que seguíamos com certeza caminhos diferentes, e visitávamos coisas diferentes em cada povoação, consoante os interesses de cada. Numa das fotos abaixo, atravessámos o ferry juntamente com um grupo de Barcelona. Já nos tínhamos visto ao jantar, em alguns hotéis. Trocámos algumas impressões sobre o caminho desse dia; tirámos fotos uns aos outros enquanto esperávamos pelo barco. Nunca mais os tornámos a ver – eles seguiram para outro hotel nessa noite e iam regressar a Barcelona no dia seguinte. Despedimo-nos com um aperto de mão.
Nós ainda temos muito pela frente.

Sopa de fígado. Ainda voltei a comer outras assim. Muito boas. Mas não sei que ideia é a dos húngaros de servirem o fígado com esta forma 🙂

A rota que seguimos, a nº 6. É a chamada “Eurovelo 6”, que vai da França à Roménia. Trata-se de uma rota pertencente à Rede Europeia de Ciclovias. Nós fizemos o trecho entre Passau (na Alemanha) e Budapeste. Pode ser que um dia ainda façamos a restante rota. A Rede Europeia de Ciclovias é constituída por 15 rotas que ultrapassam os 60.000 km de comprimento. Há muito para pedalar, portanto.

Um dos vários goulash’s que iríamos comer. Como sabe bem depois de pedalar não sei quantas dezenas de quilómetros. Comer uma sopa de goulash. Eu já pedalava a sonhar com o goulash que me esperava algures por esses caminhos. Na Áustria eram salsichas. Nos cafés não servem hambúrguers ou pregos (nunca encontrámos sequer, exceto nas grandes cidades. Vendem apenas um quadrado de carne, do tamanho de um hambúrguer, com cerca de um centímetro de altura, que, pelo pouco que conseguiram explicar-nos em inglês, é feito à base de fiambre), e assim na Áustria fomos comendo salsichas pelo caminho. Servem-nas no prato com uma carcaça ou com um pretzel. Fica a nota de que fiz as pazes com os pretzels, para quem leu as crónicas de Nova Iorque e se lembra do pretzel que aí comprei, e que foi parar aos patos do Central Park, pois não gostei nada daquilo. O que comi na Áustria, também quente, com a salsicha de Munique, era bastante bom e surpreendeu-me. Já gosto de pretzels, afinal. Fizemos as pazes.

05 - Budapeste

Passámos quatro noites em Budapeste, uma cidade muito bonita e romântica, sobretudo à noite. Se bem que cheia de carros e tráfico barulhento. E poucos caminhos para bicicletas. As avenidas principais têm seis faixas, são maiores do que algumas das nossas auto-estradas, e a faixa das bicicletas frequentemente é mesma do Bus. Para um ciclista mais pacato pode tornar-se desconfortável andar misturado com o forte trânsito. Mas lá fomos, visitando museus e monumentos, entre os carros e o seu fumo, muitas vezes pelos largos passeios de cimento em vez de pela estrada. Há ali uma certa conjugação, efetivamente. Tanto se anda na estrada como nesses largos passeios para pedestres. Só quem pedalou em Budapeste percebe isto. Creio que depende da velocidade a que se queira ir. Se formos vagarosamente, pode ser no passeio, no meio das pessoas. Quem tiver pressa vai para a estrada. Corri a famosa avenida Andrassy sei lá quantas vezes, para baixo e para cima, e nessa já existe uma faixa vermelha só para bicicletas. Mas de vez em quando a faixa acaba, desaparece. É estranho. E ou vamos para a estrada, ou vamos para o passeio. E depois retoma-se a estrada vermelha onde ela aparece outra vez. Certo. “Na terra onde fores, faz como vires fazer” – lá diz o provérbio. Ao terceiro dia já estávamos uns pros nesta jigajoga de passeios e estradas.

O pequeno almoço no hotel Astoria, onde ficámos.

Cemitério de Kerepesi.

Mirtilos! Nunca vi tantos mirtilos na minha vida.

Sapatos à beira do Danúbio: homenagem aos judeus mortos pelas milícias húngaras que partilhavam de ideais nazis. São esculturas de sapatos em ferro fundido e simbolizam o momento em que adultos e crianças tinham que tirar os sapatos antes de serem mortos a tiro e lançados ao rio.

“Casa do Terror”, um museu que contém exposições relacionadas com os regimes fascistas e comunistas do século XX, na Hungria, e é também um memorial dedicado às vítimas destes regimes. Aqui podem ser visitadas as celas – minúsculas celas – onde as vítimas eram detidas, interrogadas, torturadas e mortas.

A fila para as Termas Széchenyi. Acabámos por não ir, dado que já tínhamos tido a nossa dose de piscinas ao longo da viagem, algumas termais, nos hotéis por onde fomos passando.

Zoo de Budapeste.

No zoo, entrei numa sala obscura, olhei para umas pequenas construções em pedra onde os animais supostamente viveriam, no chão, e nada vi. Procurei-os nos pequenos caminhos de terra onde eles deveriam andar. Nada. Apenas vestígios de pegadas. Esconderam-se. Até que finalmente olhei em frente, já habituada à pouca luminosidade. Tinha um morcego pendurado à frente do meu nariz. Grande, pesado e desajeitado. Podia estender o braço e tocar-lhe. E quando olhei para cima muitos mais haviam. Livres. Podiam voar livremente e aterrar em cima da minha cabeça, se assim o quisessem. Fantástico.

Também visitei o Zoo de Viena. Não tirei fotos, nesse zoo, que até tinha boas condições e era bastante grande. Se pudesse eliminava da face da terra estas prisões, mas enquanto existem, vou verificando – de país em país – como são tratados os animais. Tenho percorrido os zoos de todo o mundo. O nosso, em Lisboa, efetivamente é dos melhores. No de Viena vi dois ursos polares debaixo de água a brincarem durante algum tempo (um espetáculo que atraiu uma multidão, todos apinhados nos túneis subterrâneos, extasiados a olhar a brincadeira dos dois ursos, através dos vidros, que debaixo de água se perseguiam um ao outro, se empurravam e davam patadas, saíam da água a correr e voltavam a mergulhar, toda aquela pelagem branca e enorme a flutuar na água) e também vimos um Panda Gigante, o qual curiosamente teve duas crias poucos dias depois de lá estarmos. Estava uma multidão no zoo de Viena, uma coisa como eu nunca tinha visto. O de Budapeste tinha muita gente, mas mesmo assim consideravelmente menos do que o de Viena.

06 - Lago Balaton

Tínhamos três dias para ocupar, nesta viagem. Um último fim de semana. A agência austríaca (que nos tratou do percurso nos restantes países, com exceção de Viena e Budapeste onde fui eu que organizei à parte, por opção própria, dado querer hotéis de estilo antigo bem no centro, e a agência não disponibilizar) sugeriu-nos o Lago Balaton.
Lago Balaton? Que é isso?
Nunca tínhamos ouvido falar no Lago Balaton, tal como a maior parte das pessoas, julgo. Quem é que já foi ao Lago Balaton? Ninguém. Só os húngaros, provavelmente.

Pois o Lago Balaton é maravilhoso. Foi uma excelente sugestão da agência de viagens. E assim também organizei esta parte em separado, pois não está incluída no programa standard. Investiguei na internet – o que é o Lago Balaton, afinal? O que há para ver e fazer? E lá fomos.
E gostámos muito. Foi um belo final. Passámos aqui 4 noites. Vimos veados e uma raposa grande, com mais de um metro de comprimento, com uma longa cauda felpuda. Durante quase um minuto andou por um descampado, a menos de cem metros de nós, sem nos ver. Quando finalmente olhou na nossa direção, correu e escondeu-se nas árvores.
E acabámos por não tomar banho no lago porque fazia frio. No restaurante comentaram connosco que era um frio perfeitamente inusitado para a época. Houve uma noite em que fizeram 8 graus, enquanto lá estivémos. Por outro lado talvez tenha sido uma sorte ter tempo fresco para passear de bicicleta pelos campos. O mesmo sucedeu na Áustria e no resto da Hungria, onde tivémos a sorte de ter sempre temperaturas amenas. Ao 5º dia apanhámos inclusivamente uma chuvada torrencial que durou cerca de uma hora, e fez-nos abrigar algum tempo debaixo duma ponte, juntamente com meia dúzia de outros ciclistas. De resto não choveu, ou fizeram apenas uns pingos sem importância.

O regresso a Lisboa foi doloroso – em todos os sentidos. Não só por terminar uma magnífica viagem, mas porque viajámos 12 horas, das 8 da manhã às 8 da noite. Tivémos de apanhar autocarros, comboios, táxis e aviões. Foram ao todo 12 horas de viagem. Felizmente dormi a maior parte do tempo. A viagem de comboio durou 2,5h e eu adormeci. A viagem de avião durou 3,5h e também dormi um bom bocado. E quando cheguei a casa, adormeci e acordei no dia seguinte com o despertador – 13,5h depois. Dormi 13,5h seguidas.
Como é hábito, após estas grandes viagens, nos primeiros 4 ou 5 dias em Lisboa sonhei todas as noites com os últimos cenários vividos, numa repetição de imagens. Intermináveis campos verdes e a bicicleta a rolar por ali afora. Torres bicudas que se avistam ao longe, e a bicicleta a deslizar, percorrendo as enormes distâncias verdes, pelos campos fora. A viagem durou 24 dias. E ainda mais alguns, em sonhos.