040 – 14º Dia, a Caminho de Guadalupe e Praia dos Tamarindos

Despertador às 4h. Hoje não há vento nem chuva, está tudo silencioso.

Hoje apetece-me uns ovinhos estrelados.

Destino: Praia dos Tamarindos, passando por Guadalupe. Foram dois destinos também indicados pelo Célio Santiago, logo no primeiro dia, como sendo bonitos, para conhecer. O objetivo é conhecer a ilha toda, mas enfim, tenho de começar por algum lado, e como tal vou já às recomendações de quem conhece.

O caminho desde Guadalupe até à praia dos Tamarindos. Repare-se que é sempre a descer. O pior será voltar depois a Belém.

Este mapa indica as estradas de alcatrão. Mas o GPS manda-me por estradas de terra, dado que eu escolho a opção “Bicicleta de Montanha” na aplicação Maps.me.

Partida às 5h25.

Este ciclista passa por mim a toda a velocidade. Eu faço-lhe adeus e tiro-lhe uma foto, pelo que ele volta para trás para cumprimentar-me.

Nada mais nada menos do que o campeão nacional de São Tomé e Príncipe, Edney Nascimento!
Isto de andar vagarosamente de bicicleta tem as suas vantagens (sou eu que ando vagarosamente… o Edney passou a toda a velocidade…). Já conheci o artista plástico Eduardo Malé (na crónica 25), o atleta Ilídio Vaz (na crónica 31), e agora o ciclista Edney Nascimento. Passam-me as celebridades todas à frente!
Vejo na Wikipedia que o Edney Nascimento foi campeão nacional em 2015, na prova de contrarelógio, e encontro esta notícia (entre outras) de 2013: “Edney Nascimento conquista a 10ª edição da corrida da francofonia. A prova [organizada pela Federação São-tomense de Ciclismo com o patrocínio da comissão nacional da francofonia] foi decidida no sprint final, onde Edney Nascimento conseguiu vencer os diretos adversários chegando à frente de Edney Quaresma e Daniel Sousa. Atemilson Quaresma chegou no quarto lugar.”¹

São 6h14, e eu perguntei a esta senhora se podia tirar-lhe uma foto, pois está tudo deserto nesta parte da estrada, e só ela e eu é que andamos por aqui. Ela riu-se e acedeu.

O GPS diz-me para seguir pela estrada à direita, em direção a Madalena. (Que efetivamente é em frente. A estrada principal vira para a esquerda).

Estas pessoas é que se meteram comigo. Chamam-me “Branca”. Já me habituei. “Mãe, vem ver a branca!” – disse um garoto. Já ontem no táxi, o Fingui estava ao telemóvel e disse: “Vou levar uma pula a Belém”.
Eu venho toda corada e transpirada, mas fazer a subida de Belém dá nisto.

Ficaram os três de olhos fechados!! Eles iam lado a lado a ocupar a estrada toda, e como a bicicleta é silenciosa, só perceberam que eu estava atrás deles, a tentar ultrapassá-los, quando lhes falei e pedi licença. Eles desviaram-se imediatamente e pediram desculpa. Eu sorri-lhes e tirei logo esta foto.

Coitadinho, ninguém dá comida a esta coisinha. É preciso mesmo lançar uma campanha de esterilização dos animais, para começar a controlar a população de animais abandonados e famintos. Senão isto nunca mais acabará.

O rapaz está a atirar pedaços de fruta-pão, parece-me, aos animais.

Deve morar aqui um ilustre… Estas casas destacam-se fortemente nas povoações.

Uma fruta-pão caída no chão. (Ver crónica 13 para mais detalhes sobre a fruta-pão).

Cacau ainda verde pendurado na árvore. Quando está maduro fica amarelo.


¹ “Edney Nascimento conquista a 10ª edição da corrida da francofonia” (19 Março 2013). Téla Nón. Página consultada a 21 Outubro 2019,
<https://www.telanon.info/desporto/2013/03/19/12719/edney-nascimento-conquista-a-10%C2%AA-edicao-da-corrida-da-francofonia/>

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