093 – Chegada a Kupang, a Capital de Timor Indonésio

Este polícia muito novinho pediu-me para tirar uma foto consigo. Bom, ao menos é mais direto do que o militar da fronteira, que me tirou uma foto com o seu telemóvel e nem sequer ficou ele nela. Confesso que aquela arma apontada ao meu pé me deixa com um nervoso miúdo. O meu sorriso está um bocado apanhado, mas pronto. E os meus calções todos tortos de puxá-los para baixo e para cima, para não ficar com a marca do sol. (São coisas femininas, eu sei… os homens andam com a marca da t-shirt nos braços, à camionista, e não querem saber disso para nada. E já vi a marca das meias, nas pernas de alguns, isso então ainda é pior, mas os “gajos” acham que isso não interessa para nada).

Tenho 76 km feitos, são 14h, e não tenho fome nenhuma. Relembro que comi carne com arroz às sete da manhã, no hotel. E mais uma porção de outras coisas, como leite condensado. E tenho bebido água de coco. Acho que nunca tinha bebido tanta água de coco. O meu cantil da bicicleta foi enchido duas vezes com água de coco. E agora bebi apenas dois pacotes de leite com chocolate. Não quero almoçar. Faz uma ventania enorme que me empurra a bicicleta para o lado, e o trânsito em Kupang é agreste, super barulhento, pelo que passei para a pickup pouco depois de ter tirado esta foto. Eu tenho que ir inclinada para a direita, para não cair para a esquerda. Se porventura o vento parasse subitamente, eu cairia mesmo para a direita, tão inclinada que vou. Mas o vento só começou agora, não sei se é desta região de Kupang. Fiz portanto os restantes 20 km até ao hotel na pickup. Não sinto cansaço, e gostaria de ter seguido até ao fim na bicicleta, mas o vento e o barulhento trânsito são demais.

Sal. Ao longo desta estrada há muitas estantes, ou prateleiras, com sal à venda. Lá à frente vê-se outra.

Chegada ao hotel onde vou pernoitar hoje. Vou apenas deixar as bagagens no quarto e volto para baixo. A bicicleta vai ser arranjada novamente – desta vez vamos tentar descobrir o que se passa para a jante nova fazer tanto barulho a andar, conforme já referi na crónica 88. As pessoas apercebem-se da minha chegada ainda eu vou longe, com tamanho barulho. Parece que vou numa  mota.

Um conhecido do guia Sanches – Ronaldo – que vai tentar arranjar a jante. A rececionista do hotel é a sua mulher. Eu brinquei com ele e com o seu nome – também temos um Ronaldo em Portugal! (Claro que ele sabe, mas há alguém no mundo que não saiba?… Bom, na China questionei algumas pessoas que não sabiam).

E as suas duas filhas. Eu vou sentada na pickup e tirei-lhes esta foto em andamento. Dirigimo-nos para a sua casa, onde o Ronaldo vai tentar arranjar a bicicleta.

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