094 – Passeando em Kupang

Foi um passeio também em busca de câmbios. Precisamos de cambiar dinheiro outra vez, dado que na drogaria em Kefa não dispunham de toda a quantidade necessária. Agora vou aproveitar para pôr alguma roupa a lavar no hotel, pelo que também preciso de rupias.
O montante ainda não está disponível, deixámos o pedido e voltaremos mais daqui a pouco para levantar o dinheiro. Quem está a conduzir a pickup é o Ronaldo, o amigo do guia Sanches (que se vê ao fundo nesta foto), que vai tentar arranjar a minha bicicleta. O pai do Ronaldo tinha uma pickup igual, contou-me, e aqui em Kupang ele conhece melhor as estradas. O Valério e o Sanches vão no banco de trás, portanto, e eu à frente ao lado do condutor.

Uma das especialidades de Timor indonésio (e Timor-Leste também, creio) – umas pequenas almôndegas de carne, as quais irei provar já em Timor-Leste, com massa e caldo. Deliciosas. O que está ao lado parece ser banana frita, mas não tenho a certeza.

Pertamina, uma companhia estatal indonésia. Dos quatro fornecedores de combustível na Indonésia, apenas a Pertamina distribui combustível em todo o país. Os restantes têm bombas na área da Grande Jacarta e algumas cidades principais na Indonésia apenas.¹

Pertalite é um tipo de gasolina que tem 90 octanas.¹ 7800 rupias são 47 cêntimos de euro.

Voltámos ao local dos câmbios para levantar o dinheiro. Eu troquei 20 dólares e deram-me 280 mil rupias. No hotel, o serviço de lavandaria para uma camisola é 31.700 rupias. Uma t-shirt é 29.000 rupias. Uns calções são 23.800 rupias. Eu trouxe dois calções de ciclismo, tenho usado só uns e tenho-os lavado com sabonete (na crónica 29, por exemplo, estavam a secar ao sol). Agora foram para a lavandaria, juntamente com algumas t-shirts.

Já em casa do Ronaldo, onde este vai tentar arranjar o barulho que a nova jante faz.

A jante não tem arranjo. É material barato, “made in Indonesia”. O Ronaldo vai meter uma pasta gordurosa castanha ali dentro, para ver se conseguimos calar o barulho que faz enquanto o pneu gira.

De volta ao hotel, onde vou jantar. Estou no 10º andar. Último andar. Durante o dia vim ouvir o barulho, para experimentar, e havia silêncio. Mas agora à noite ouve-se ligeiramente o intenso trânsito lá em baixo.

Pedi uma bebida tradicional, a segunda da lista: Kopi Panas Berempah, com cardamomo. Nunca mais esqueci o cremoso iogurte de cardamomo que provei num hotel do sul da Índia, perto de Cochim. Aquele iogurte de cardamomo marcou-me para o resto da vida. Foi o mangostão na China e o iogurte de cardamomo na Índia. Pelo que agora mal vejo alguma coisa de cardamomo, quero experimentar. Esta bebida diz: “Mistura de café com cravo, canela e cardamomo”.
E ficou tudo no copo porque aquilo é intragável.
“IDR 35” é uma maneira elegante de dizer 35.000 rupias. Uma pessoa até se assusta quando vê estes números tão grandes. Então neste elegante hotel abreviam a coisa para 35, ou seja, pouco mais de 2 euros.

Pedi bife do lombo com cogumelos. São 6 da tarde. E levaram 1,40h a servir o jantar completo (bebida, prato, sobremesa). Felizmente estou com tempo, mas isto não é normal. Levaram vinte minutos para trazer o bolo de chocolate, a seguir, a ponto de eu perguntar ao rapaz se não se esqueceram de mim.

E no final queriam cobrar o jantar. Eu expliquei que têm de pôr na conta do quarto. Será a agência de viagens – Timor MEGAtours – a pagar, eu tenho pensão completa incluída nesta viagem. Disseram que não, que tenho de pagar já. Ora nem sequer tenho rupias suficientes comigo. Disse-lhes para ligarem à agência de viagens. Então passaram-me à recepção para fazerem daqui uma chamada ao Valério, mas a pessoa da receção não percebe nada do que eu lhe digo. Inglês por aqui é uma raridade. Eu só tenho uns minutos de saldo no meu cartão indonésio de telemóvel e não tenciono gastá-los aqui dentro, pois podem vir a fazer-me muita falta quando estiver a andar de bicicleta. O rapaz e a rapariga do restaurante, que supostamente têm de cobrar a refeição, também não estão propriamente empenhados em fazer-me ser compreendida. Fui-me embora. Disse-lhes que estou cansada, que fiz muitos quilómetros de bicicleta, e que tenho de ir tomar um duche. Foi mesmo assim, virei as costas e pronto. Sigam-me até ao quarto, se quiserem.
Caminhei em direção ao elevador e fiquei à espera de ver os dois a perseguirem-me. Mas não. Eles deixaram-me em paz e colocaram a despesa na conta do quarto. No dia seguinte de manhã claro que a Timor MEGAtours liquidou tudo – a estadia e a refeição. (Que cena…)


¹ “Indonesia: Fuels: Diesel and Gasoline” (s.d.). TransportPolicy.net. Página consultada a 17 janeiro 2019,
<https://www.transportpolicy.net/standard/indonesia-fuels-diesel-and-gasoline/>

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