17 – Museu Nacional de Soares dos Reis, Palácio da Bolsa, Ponte Luiz I, Casa Museu Marta Ortigão Sampaio, Fundação Eng. António de Almeida, Estádio do Boavista

Museu Nacional de Soares dos Reis

Soares dos Reis foi um importante e inovador escultor português, nascido em Vila Nova de Gaia no ano de 1847. Morreu com 41 anos, em 1889. Suicidou-se no seu atelier em Vila Nova de Gaia, com um tiro de revólver na cabeça.

Fotos dentro dos museus. Raramente é permitido tirar. Que cena. Ainda não percebi porquê – uns dizem-me que é para não se copiarem as obras lá expostas (que disparate, penso), outros que é para obrigar a comprar o material publicitário (ainda maior disparate, considero, porque além de não comprar, não tendo fotos, também não vou mostrá-las e assim não faço eu própria publicidade).
Só sei que me habituei a ter os seguranças atrás de mim, e infelizmente não é por me acharem particularmente bonita.

Algumas das fotos foram tiradas de forma perfeitamente clandestina. E quanto a esta, no Museu Nacional de Soares dos Reis, estava a ver que me levavam presa.

Cada grupo de salas tem uma pessoa responsável, homem ou mulher, com fones, com walkie-talkies, e algures escondido devem ter um cassetete.
Uma das vigilantes, no Soares dos Reis, chegou a fazer chantagem emocional comigo. E o pior é que resultou, fiquei com pena e lá parei de tirar fotos à socapa. “Está tudo a ser filmado e depois chamam-nos a nós à responsabilidade”, queixou-se.

Um dos poucos museus que teve a nobreza de não colocar qualquer impedimento – a não ser a de não utilizar flash – foi o do Papel-Moeda, onde fotografei notas e moedas raríssimas e antiquíssimas (na crónica 2).

Palácio da Bolsa, ou Palácio da Associação Comercial do Porto, inaugurado em 1848, mas cujas obras continuaram até 1880. Declarado Monumento Nacional em 1982.

Salão Árabe do Palácio da Bolsa. Todo o amarelo é folha de ouro. As inscrições estão em árabe e repetem-se pelas paredes. Nos pequenos quadrados vermelhos, pode-se ler: “Glória a Alá”, nos retângulos azuis: “Alá guarda a Califa Miriam II”, em homenagem à Rainha D. Maria II que autorizou a construção desta sala. No teto, nos escudos verdes, lê-se: “Alá acima de tudo”. A escolha do estilo árabe visava demonstrar o poderio económico e político da classe burguesa portuense do século XIX, que possuía, assim, um local ricamente decorado para as recepções oficiais. Para além disso, na altura vivia-se uma época de romantismo que se repercutiu nas correntes artísticas, nomeadamente pelo gosto por formas artísticas exóticas, que se reflete nesta sala. O brasão da cidade do Porto e o brasão de Portugal, são os únicos elementos que identificam esta sala como sendo portuguesa.¹

Rua Pedonal de Santa Catarina

Andei um pouquinho por Gaia – vi a Casa Barbot, a Câmara, o Mosteiro da Serra do Pilar. Não passei do El Corte Inglês, na avenida central. Atravessei a pé a Ponte de Dom Luís (cujo nome oficial é Ponte Luiz I) em direção ao Porto. Que vista soberba!!!

Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio, onde também é proibido tirar fotos no interior. Dado que eu era a única visitante e fui acompanhada por uma guia, não tive qualquer chance.
Esta casa foi encomendada em 1958 ao arquiteto José Carlos Loureiro, pela pintora e colecionadora de arte Marta Ortigão Sampaio, após a morte do marido, e destinava-se à sua habitação, estando desde o início subjacente a ideia de instalar aí uma Casa-Museu. Por testamento, Marta Ortigão Sampaio legou a casa e as suas coleções à Câmara Municipal do Porto em 1978. Em 1996 abriu ao público a Casa-Museu, a qual mostra exposições permanentes de pintura, jóias eruditas e de tradição popular, bem como mobiliário.²

Fundação Engenheiro António de Almeida. Também proibido tirar fotos.
De acordo com o site da fundação:
O Eng. António de Almeida nasceu em Vila Real, em 1891. Oriundo de família não abastada, licenciou-se, em 1915, em engenharia civil, na então Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, com a alta classificação de 18 valores.³

O Eng. António de Almeida exerceu a sua profissão de engenheiro civil apenas por um curto período de tempo, dado que seu primo, Dr. José Ribeiro Espírito Santo Silva, solicitou o seu concurso, considerado imprescindível, na gerência conjunta do Banco Espírito Santo, o que ocorreu em 1921.
O Eng. António de Almeida, a partir dessa data, fica com a responsabilidade da gerência da filial do Banco na cidade do Porto, sediada em edifício que ele próprio projetara. Não obstante exercer, até ao seu falecimento, em 9 de Outubro de 1968, a atividade de banqueiro e de grande empresário, a verdade é que sempre manifestou nostalgia pela engenharia civil, o que o levou a desejar que o nome da Fundação integrasse o seu título académico; por isso: Fundação Eng. António de Almeida.³

Atualmente, as instalações são utilizáveis para atividades culturais, tais como congressos, colóquios, conferências, exposições e recitais de música. O Museu, inaugurado em 1973, reúne coleções de mobiliário, porcelanas, tapeçarias, ourivesaria, relojoaria, pratas, bronzes dourados, pintura, desenho, gravura e numismática.³

Fui ver ainda o Estádio do Boavista Futebol Clube – chamado Estádio do Bessa, inaugurado em 2003. Vi-o por fora apenas. Muito bonito, heim? Muito diferente.


¹ “Salão Árabe do Palácio da Bolsa (Porto)” (2016, 25 janeiro). Ncultura. Página consultada a 2 junho 2020,
<https://ncultura.pt/salao-arabe-do-palacio-da-bolsa-porto/>

² “Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio” (s.d.) Wikipedia. Página consultada a 2 junho 2020,
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Casa-Museu_Marta_Ortig%C3%A3o_Sampaio>

³ “Fundação Eng. António de Almeida” (s.d.). Fundação Eng. António de Almeida. Página consultada a 2 junho 2020,
<http://www.feaa.pt/Inicio.aspx>

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