30 – Estátua da Liberdade

É desta que lá vamos. É à terceira. No segundo dia fizemos um passeio de barco, mas não acostámos. No quinto dia enganámo-nos e metemo-nos no Water Taxi, para fugir a filas de uma hora para o ferry, e também passámos ao lado. Até já nos perguntávamos se é desta que conseguimos lá chegar. Sinceramente nem estávamos com um interesse supremo em visitar a tão déjà vu Estátua da Liberdade, mas enfim, passar dez dias em Nova Iorque e não a visitar, seria uma lacuna. Vamos lá ver a estátua. Hoje é segunda-feira, há menos gente, e calha em caminho depois do Banco e do Memorial.

Na crónica 21 o homem ainda respirava, a cabeça estava fora de água…
Conforme contei na crónica 21, esta obra é da escultora francesa Marisol Escobar, de ascendência venezuelana, e representa marinheiros a afogarem-se após um navio alemão atacar o seu barco, durante a II Guerra Mundial. Trata-se duma homenagem à Marinha Mercante. Recordemos que muitas vezes os próprios navios de mercadorias durante a II Guerra Mundial tinham capacidade bélica para se defenderem. Alguns andavam inclusivamente disfarçados de navios de mercadorias para apanharem os submarinos alemães.

A Estátua da Liberdade foi um presente dos franceses como reconhecimento da amizade estabelecida durante a Revolução Americana, no século XVIII, e teve o intuito de celebrar a liberdade e a democracia dos EUA. Não sem alguma controvérsia, servia como estímulo aos franceses, que na altura viviam sob um regime monárquico repressivo. A Estátua foi construída em França, sendo então desmontada e transportada através de navios para os EUA¹.

Mal sabiam os franceses no que viria a converter-se a sua prenda: um dos ex libris de Nova Iorque, visitada por milhares e milhares de turistas todos os anos. A Estátua da Liberdade foi inaugurada em 1886, tem 46 metros de altura, e a base 47 metros. Representa Libertas, a deusa romana da liberdade. Ficou pronta em 1884, tendo a construção do pedestal ficado posteriormente a cargo dos norte-americanos. A estátua foi desenhada por Bartholdi, um escultor francês, e a estrutura metálica interna é da responsabilidade de Gustave Eiffel, o mesmo arquiteto da Torre Eiffel.
Funcionou como farol entre 1886 e 1902, tendo sido pioneiro na utilização de luz elétrica em faróis. Até então utilizavam-se tochas no lugar de lâmpadas elétricas².

Inicialmente podia-se subir até à tocha da estátua, todavia em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, os alemães fizeram explodir um depósito de munições em New Jersey. A explosão foi de tal ordem que equivaleu a um tremor de terra medindo 5 na escala de Richter. Vidros das janelas partiram-se a 40 km de distância. E a Estátua da Liberdade não escapou: a explosão, que ficou conhecida como “Black Tom”, atingiu a tocha e um pedaço do vestido da estátua. Desde então não foi mais permitida a subida à tocha; atualmente pode subir-se apenas até à coroa.


¹ National Park Service (2012), “Statue of Liberty”. Página consultada a 16 de Setembro de 2012,
<http://www.nps.gov/stli/historyculture/the-french-connection.htm>

² Wikipedia (s.d), “Statue of Liberty”. Página consultada a 16 de Setembro de 2012,
<http://en.wikipedia.org/wiki/Statue_of_Liberty>

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