007 – A Caminho de Dayan
Dayan fica a 4 km de Shuhe, e fui de carro até lá. Por enquanto não ando de bicicleta, vou visitar um centro histórico, cheio de gente, onde as bicicletas nem são permitidas. Nesta pequena viagem apercebo-me da vida atual, em casas recentes e estradas citadinas, centros comerciais e lojas sofisticadas – uma delas onde entrei para comprar loção corporal, que me esqueci de levar, e onde vi todas as marcas de shampoos e cremes hidratantes que temos cá na Europa. Comprei um gel de aloevera, de uma marca chinesa, que se revelou bastante bom, e o qual tinha legendas em chinês e em inglês. Também aproveitei para comprar um cartão SIM, chinês, para colocar no meu telemóvel e assim poder contactar a guia facilmente (e ela a mim, quando eu desaparecer na bicicleta, como vai acontecer algumas vezes).
Aproveito esta crónica para comentar sobre a moeda chinesa, o Yuan ou RMB. Durante esta viagem vou usar o câmbio de 1€ = 7 Yuans. O nível de vida na China está relativamente equiparado ao português. O exemplo da loção corporal é ilustrativo: paguei o mesmo em Lijiang que pago em Lisboa, cerca de 6€. E era uma marca chinesa, porque se fosse para as que conhecemos, seria mais caro. Os preços estavam afixados. A lista do restaurante, na crónica anterior, é bastante representativa também: o peixe (do rio) anda pelos 10€, a carne pelos 14€. As garrafas de água eram baratas: uma garrafa de 550 ml tinha o preço afixado nas próprias garrafas, de 2 Yuans (30 cêntimos).
A minha viagem por Yunnan foi contratada com pensão completa, todavia vou tendo consciência dos preços nos restaurantes porque vou espreitando os menus. Só em Pequim, quando andar sozinha, é que irei começar a pagar as refeições. Por enquanto é a guia que o faz. As refeições são normalmente tomadas na sua companhia e do motorista também. Somos 3, portanto, à mesa, habitualmente. A guia agarra-se ao telemóvel e nunca mais levanta o olhar. O Jai Song de vez em quando fala em chinês com ela. De facto eles às vezes falam muito um com o outro, mesmo no carro. Em Pequim vou ter um guia fenomenal durante um dia, na Grande Muralha, o qual bombardearei com todas as perguntas que não consegui fazer em Yunnan. Lá chegaremos, será para outra crónica muito mais à frente.