083 – Pico – Gruta das Torres
Ermida de Nossa Senhora da Conceição, construída no século XVIII.
Acelerei por aqui acima, e percebi que ainda poderia chegar a tempo da visita guiada das 14h. Ou então iria chegar às 14 e pouco, e depois teria que esperar até às 15h30. Ena, que seca, espero que não. E acelerei ainda mais.
A ilha do Faial, lá ao fundo.
Nem tenho tempo de cantar a estas vaquinhas, coitadinhas. Serão estas que vão ser enviadas em navios para Marrocos, para serem mortas à chegada de acordo com os seus rituais religiosos? Conforme expliquei na crónica 78. Que horror, coitadinhas.
Cheguei!
São 13h55, cheguei a tempo da visita das 14h!
O que eu não estava à espera é que já não houvesse vaga. Não me deixaram entrar.
Agora tenho que esperar hora e meia pela visita seguinte. Dura 1h15 ou 1h30 e custa 8€.
Estive aqui estendida o tempo todo, à porta da gruta. Pus os emails em dia. Aproveitei para ver o mapa da ilha de São Jorge, para onde irei amanhã. Dava-me jeito ficar despachada mais cedo hoje, para fazer as bagagens.
Liguei à Livramento, a turista picarota que conheci na ilha do Corvo, mas não atendeu. A família da Terceira que me deu água na montanha do Pico mandou-me um email para eu os visitar quando for à Terceira. Também vão agora para a ilha de São Jorge, curiosamente.
E inicia-se a minha emocionante visita guiada das 15h30.
Raízes de árvores a furar a parede.
A Gruta das Torres é o maior tubo lávico de Portugal, com uma extensão de 5150 metros. Estima-se que se tenha formado há cerca de 1500 anos durante uma erupção.¹
De acordo com o site dos Parques Naturais dos Açores:
A visita é absolutamente pioneira em Portugal, seguindo uma cavidade que permite a boa conservação da gruta, ao longo de uma extensão de 450 metros e com a duração aproximada de 1h. Durante este percurso, os visitantes experienciam uma visita singular, em formato de expedição, onde lhes é fornecido o equipamento necessário para conhecer a gruta no seu estado natural e onde poderão observar vários tipos de lavas, bem como diversas formações geológicas, das quais podemos destacar diferentes tipos de estalactites e estalagmites lávicas, bancadas laterais, lava balls, paredes estriadas e lavas encordoadas.¹
A Gruta das Torres só foi descoberta em 1990.
É constituída por um túnel principal – que se desenvolve ao longo de 4480 m e é na sua maior parte de grandes dimensões, podendo atingir alturas de 15 metros – e por vários túneis secundários laterais e superiores, que apresentam dimensões mais reduzidas.
Na gruta existem bolores, bactérias e entomofauna cavernícola (insetos) própria destes locais.²
Morcegos não vivem na Gruta das Torres porque não há eco, eles não conseguem portanto receber sinais de volta.
Aqui fazem-se sessões de meditação, na escuridão total, com silêncio total, contou-nos a guia. E fez-nos desligar as lanternas que levamos na mão, bem como manter-nos em silêncio. É uma escuridão total. Não se vê absolutamente nada. E efetivamente é um silêncio total.
A visita durou 1h30 e terminou às 17h.
¹ “Centro de Visitantes da Gruta das Torres” (s.d.) Parques Naturais, Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente, Governo dos Açores. Página consultada a 13 de janeiro 2021,
<https://parquesnaturais.azores.gov.pt/pt/parques/5/centro/8>
² “Gruta das Torres” (s.d.) Geoparque Açores. Página consultada a 13 de janeiro 2021,
<https://www.azoresgeopark.com/geoparque_acores/geossitios.php?id_geositio=50>