13 – Comida na Rua

Aqui não têm a ASAE, está visto. A ASAE ainda não chegou a Nova Iorque. Vende-se de tudo na rua: carne, peixe, fruta, pão, sumos, bolos e cupcakes, gelados, comida americana e comida estrangeira.

No início, ainda pouco habituados a estas lides, comíamos apenas em restaurantes. Depressa nos apercebemos, porém, que ao almoço não há tempo para essas mordomias. As atrações turísticas abrem tarde e fecham cedo, pelo que o tempo para visitá-las é curto. Normalmente abrem às 10h30 e às 16h30 já estão a fechar. Ou seja, praticamente só dá para visitar duas por dia – uma de manhã, interrupção para almoço e deslocações, e outra à tarde. A hora de almoço, portanto, tornou-se algo volátil. Tanto podemos almoçar ao meio-dia, como quase às três da tarde, depende da nossa disponibilidade. Andamos com pacotes de leite, sumos, bolachas, barras de cereais, fruta e iogurtes, de forma a conseguir atrasar eventualmente o almoço, se necessário.

O jantar sim, sempre foi mais calmo, sempre em restaurantes, já depois de banho tomado, roupa trocada, e às vezes até trinta minutos, ou mesmo uma hora de sono. O cansaço não tardou a ser muito e a exigir esse sono. Uma série de vezes optámos pelo restaurante ao lado do hotel, com porta de ligação direta entre ambos. Tick Tock Diner, é o seu nome. Come-se bem, refeições variadas em ambiente tipicamente norte-americano, com sofás e separadores baixos entre as mesas – só este ambiente já o torna engraçado – a preços acessíveis, e aberto 7 dias por semana, 24h por dia. Na rua em frente fica o Madison Square Garden, pelo que é fácil encontrá-lo. (A foto da salada com salmão, na crónica 11, foi um dos seus pratos). Claro que depois há os tradicionais “Fridays”, os quais já conhecia de Londres, que servem magníficos bifes, e mais as casas famosas de hambúrgueres, cachorros e comida italiana ou asiática. Comida não falta, seja na rua ou em restaurantes. Ainda levámos uma lista de restaurantes aconselhados, com determinadas especialidades, mas Nova Iorque é tão grande que acabámos por não encontrar nenhum no caminho. Ou melhor, na realidade encontrámos uma loja famosa de cupcakes, a Magnolia Bakery, que constava nessa lista, mas foi por puro acaso. Cada cupcake eram sete ou oito dólares (fotos na crónica anterior) e sinceramente não achei nada de especial em relação aos outros cupcakes que tivemos oportunidade de experimentar. São todos bons.

Resolvemos experimentar o “Pretzel”. Vêem-se tantos destes carros ambulantes a vendê-los. O Pretzel é um pão tradicional alemão, trazido pelos imigrantes no século XIX para os EUA.
Pois não gostámos. É uma massa muito consistente, servida bem quente, com pedras de sal em cima. Guardámo-lo na mochila à espera que aparecessem pombos para lho darmos. Curiosamente o Presidente George W. Bush, no ano de 2002, engasgou-se ao comer um, e desmaiou mesmo, ficando com um hematoma na face. Disse ele depois: “Antes de engolirem um Pretzel, mastiguem-no. Ouçam as vossas mães”: You Tube.
Era um Pretzel da AlQaeda, se calhar.

[Nota: mais tarde, na Áustria, irei provar outro Pretzel, e já irei gostar bastante. Pelos vistos há várias maneiras de fazê-los. Conto esse episódio na crónica 4 da viagem ao longo do rio Danúbio, em 2016].

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