057 – Corvo – Almoço em Casa da Celeste e do Pedro
Cá está a Celeste, a mulher do Pedro. A guardar a mangueira verde que não chegou a ser necessária.
Este gato chama-se Furacão. Mas pode ser tudo, menos um furacão, e já vão ver porquê. O único espaço para encostar a bicicleta é aqui. O gatinho tem que sair.
A Celeste adora gatos, está visto, e tem uma dúzia deles.
Chama-se Furacão porque nasceu no dia do furacão Lorenzo: dia 2 de outubro de 2019. Deve ser um dia magnífico para um gatinho nascer, no meio da atribulação dum furacão tão grave como foi o Lorenzo. Nesse dia foi declarada situação de calamidade pública: o furacão provocou prejuízos de cerca de €330 milhões e obrigou ao realojamento de 53 pessoas.
E eis que nasce o gatinho Furacão, no meio disto tudo. Mas o rapaz é pacífico. Até demais!
Não consegui apanhar o gato todo, cortei-lhe a cabeça, com a pressa; eu não tinha espaço atrás de mim e não pude recuar, mas mantive a foto. O Furacão derrete-se como manteiga, no colo da Celeste.
Entretanto estas curgetes gigantes chamaram-me à atenção e fotografei-as também.
Curiosamente o Pedro comeu as batatas sem azeite, e a Celeste perguntou-me se eu queria azeite, e eu também não quis. As batatas souberam-me bastante bem sem azeite. Tinham sal, estavam salgadinhas, saborosas, dispensei bem o azeite. Só eu e o Pedro é que comemos, a Celeste não quis, ficou em pé a falar connosco. Fiquei preocupada, e perguntei-lhe se eu não estava a fazer diferença. A Celeste disse que não, que já comeu. Eu estou frágil do estômago e creio que comi uns três jaquinzinhos. Enquanto não recuperar, tenho que ter cuidado, não quero abusar. Mas a água da fonte fez-me bem. Ou pelo menos não me fez mal. Estou bem.
Entretanto chega a Carol – a neta do Pedro, a qual já referi na crónica anterior. Reconheci-a pela foto que está no carro. A Carol acabou de chegar dum passeio com outras 16 ou 17 crianças, que foram em duas carrinhas fazer um piquenique ao Caldeirão. Deram a volta ao Caldeirão – a pé, claro. O passeio foi organizado pelos Vigilantes da Natureza Júnior dos Açores, um programa criado pelo Governo dos Açores para crianças e adolescentes entre os 8 e os 15 anos de idade, o qual promove atividades educativas em áreas protegidas e classificadas.
Do lado direito está a mãe, a Daiene, que casou com o filho do Pedro e da Celeste, o Ludigério, o qual trabalha na Câmara. O Pedro também trabalhou na Câmara e recebe uma reforma, disse-me entretanto. A Carol – ou Ana Carolina – nasceu na ilha do Corvo e aos 3,5 anos foi com os pais para o Brasil. Esteve lá 9 anos. Agora voltaram e vivem no Corvo.
O Pedro fez anos dia 27 junho – esta prenda é atrasada, mas veio. Só agora é que chegou do estrangeiro, veio de encomenda.
É uma caneca em que aparece uma foto quando aquecida. Beber um chá quente nela, por exemplo, faz aparecer a foto. É engraçado, eu nunca visto isto.
Pelo menos ficamos a conhecer o Ludigério ali na foto.
Uma foto para a posteridade, nesta agradável visita e família.
A eterna moleza do Furacão, agora nos braços da Ana Carolina.
A Celeste tem outro gatinho que aparece duas vezes nas fotos, mas que virou sempre a cara, é incrível. Tem um cancro no nariz. Está aos meus pés na foto anterior. Faz muita impressão, não tem nariz, tem um buraco em carne viva. A Celeste quase começa a chorar quando se fala nisso, mas o gato terá de ser abatido, aquilo deve doer-lhe permanentemente. Perguntei-lhe se lhe dá analgésicos, mas não, não dá. O gatinho tem 9 ou 10 anos.
Agradeci o simpático e saboroso almoço e despedi-me de todos. São agora 14h55. Fui comprar água mineral. Agora não posso beber água da torneira.
0,55€ cada garrafa de água.
A fita-cola do Rato Cabinda, de São Tomé e Príncipe – conforme expliquei na crónica 2 – continua ali, no selim. Já vai na quarta ilha dos Açores! Mas eu quero substituí-la por uma fita-cola preta. Quando houver oportunidade, compro uma.
Tanto vi passar este rapaz na bicicleta, que hoje abordei-o e fotografei-o. Chama-se Etiene, mas é conhecido por “Sampa”. Vive há 13 anos aqui na ilha do Corvo e veio de Cabo Verde, da ilha de Santiago. Veio para cá trabalhar, e cá ficou. Eu ter-lhe-ia feito um interrogatório completo, como é meu apanágio, mas o Sampa será um bocado tímido, talvez, ou então estava com pressa de ir beber alguma daquelas bebidas, pois foi-se logo embora, nem me deu tempo de nada 🙂