005 – São Miguel – Interior da Lagoa das Sete Cidades & Regresso

Não há ninguém aqui para tirar-me uma foto, pelo que recorri ao tripé-maravilha. Está um casal com alguma idade a almoçar na mesa de pedra que existe a uns cem metros daqui, e havia outro casal mais novo, com uma criança já crescida, com uma moto 4, os quais se foram embora poucos minutos depois de eu chegar, mas que estavam a uns cinquenta metros daqui também.

Por esta altura ainda ando com a máquina fotográfica dentro da mala, mas foi o primeiro e último dia em que fiz tal. É mais prático andar com a máquina ao ombro, pronta a disparar, e prosseguir viagem, sem malas e malinhas.

Ali ao fundo deve ser o carro do taxista Filipe, com quem falei à hora de almoço, antes de entrar para o restaurante. Ele estava lá parado e eu anotei o seu número de telefone. Disse-lhe que iria precisar dum táxi para levar-me – a mim e à bicicleta – para a Ribeira Grande. Telefonei-lhe agora a chamá-lo e é mesmo ele.

São 15h30, tenho 37,3 km na bicicleta. O taxista Filipe fez-me desmontar o pneu da frente da bicicleta. É uma carrinha estreita, a bicicleta não cabe. Nesta foto já vai sem o pneu da frente. Aborrece-me desmontar a roda porque tem o tal sistema de segurança, que expliquei na crónica 2. Eu ando sempre com a ferramenta para desmontá-lo, pelo sim pelo não. E agora fez falta. Em caso de urgência chamaria o taxista Rui, que me transportou ontem e hoje de manhã, mas este é de Ponta Delgada, teria que andar às voltas.

O Filipe levou meia hora a colocar a máscara. Depois percebi que será por causa dos óculos. Os óculos embaciam com as máscaras, é uma chatice, e conduzir com óculos embaciados não é bom. Eu pedi-lhe para pôr a máscara, porque tenho uma viagem de muitos dias pela frente, e também tenho a próxima análise à Covid daqui a três dias. Todos os cuidados são poucos.
Antes o taxista Filipe desinfetou o puxador do carro. E pôs álcool nas minhas mãos. Está a cumprir os procedimentos todos, como manda a lei.
Contou-me, ao passar na lagoa, que quando tinha 14 ou 15 anos subia e descia a montanha ao lado da lagoa, bastante íngreme. Cuidava de vacas na parte de baixo. Há 30 anos que é taxista.
Também me disse, quando comentei que não fiz o trilho esta manhã, que o trilho dá para bicicletas e carros também, que fazem mesmo competições ali. Estranho. Na placa de madeira quer as bicicletas, quer as motas, quer os carros, têm um traço vermelho em cima, indicando que não é adequado para eles. Só os peões é que não têm esse traço vermelho.
E disse-me ainda que não existem lebres nos Açores. O que estava morto na estrada era um coelho, não uma lebre. E que têm um vírus. Ora bem, não é só a covid nos humanos, os coelhos também têm um vírus.

Fiz 41 km de táxi, 35€. A viagem durou 55 minutos porque o taxista Filipe veio até certo ponto por caminhos secundários, para eu passear um pouco. Pelos vistos não gosta de autoestradas, e eu também não. Não usa GPS, fui eu que usei o meu Waze para nos movermos no centro de Ribeira Grande e chegar à minha rua.

São agora 17h52. À minha espera tenho três queijadas de feijão que comprei à Rossana, feitas pelo seu marido Eduardo, típicas aqui da Ribeira Grande.
Do lado direito estão as barras de proteína e o gel energético. Cada barra pesa 60 gramas, e tem 22 gramas de proteína. É como comer um bife. Mas hoje não comi nada disto, não senti necessidade. Uma semana antes de vir para cá comecei a comer mais, para engordar e ficar mais forte, com menos necessidade premente de comida.

Faz sol e calor, por estas bandas.
Fiz a revisão das fotos, fiz o seu backup no telemóvel, durante a noite será feito o backup automático na cloud; e estudei o percurso de amanhã.
Deitei-me às 21h30.
O sol nasce apenas às 6h24. Põe-se às 21h07. A temperatura anda pelos 21°.
Na ilha do Corvo, na outra ponta do arquipélago, o sol nasce às 6h41 e põe-se às 21h36.

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