118 – As Grandes e Ventosas Montanhas de Timor-Leste

Tenho 48 km na bicicleta, são 13.20h, é hora de almoçar. Hoje temos o almoço trazido do hotel, em cuvetes. Até agora andei 6 horas de bicicleta (foram mais as paragens do que o andamento…), bebi 3 litros de água e dois pacotes de leite com chocolate.

A comer uns belos bifinhos com arroz e legumes, e a olhar o Mar de Timor, que pertence ao Oceano Índico. (Parece que não é consensual, uns dizem Oceano Índico, outros dizem Oceano Pacífico… Enfim, pelo menos “Mar de Timor” é garantido que é). (Até com os oceanos as coisas não estão definidas, em Timor… São as fronteiras marítimas, são as fronteiras terrestres, só cá faltavam os oceanos também).

Hoje tenho sobremesa! Hoje não me faltam bolos! O Valério comprou um porção de variedades na loja de Suai!

Comi dois bolos destes, um donut e uma banana. Tenho que alimentar-me bem…

Prossigo agora na pickup, de barriga cheia.

Pedi ao Valério para esperar um pouco e subi a montanha a pé. Eu estou aflita para fazer xixi, mas não existe qualquer cobertura por aqui. Lá em baixo o Valério disse para eu ir a uns arbustos, e eu experimentei baixar-me e vejo toda a gente. Ora toda a gente me vê a mim também. Não – disse eu ao Valério – aqui não pode ser, aqui vão todos ver uns calções vermelhos e um rabo branco. O Valério soltou uma gargalhada.

Deixei a câmera no chão, em contagem descrescente, e tirei esta selfie nas montanhas de Timor. Faz uma ventania enorme. Estou algures no distrito de Bobonaro. Depois da aldeia de Lepo, e antes do cruzamento para Atsabe e Bobonaro.
Também fiz um vídeo de 31 segundos que pode ser visto aqui:
https://youtu.be/pTNvS3GaA6w

Tomara nós termos o nosso eterno repouso no topo de uma montanha!

Com surpresa encontrei os três no topo, no meio desta enorme ventania. Creio que andam a pastar o gado, serão três pastores eventualmente. E se eu me surpreendi, imaginem a surpresa deles ao ver-me a mim. (O que anda esta aqui a fazer?… – devem ter-se interrogado). Apertámos todos as mãos, como cumprimento, e depois de cada aperto de mão foi outro com mais estilo, com as mãos cruzadas e os polegares entrelaçados (como descrever isto em texto?!… Como descrever um aperto de mão com as mãos cruzadas, em texto?!… Esta é boa. Olhem, só com uma imagem – espero não ser multada por estar a usar isto sem pagar… Não, pelo contrário, estou é a fazer-lhes publicidade gratuita!)

Retomo a bicicleta às 16.15h, e esqueci-me das luvas na pickup. Tive de ligar ao Valério para parar e esperar por mim. Sem luvas as mãos ficam a arder, senti logo mal comecei a andar.

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