043 – As Bananas Vermelhas de Timor & Gás Natural
O Valério parou novamente a pickup (eu já vou sentada à frente e com um sono desgraçado. Hoje temos 135 km pela frente, e a maior parte será feita na pickup senão nem amanhã chegamos). E o Valério disse-me que vamos ver gás. Quero lá saber do gás. Qual gás? O Valério parou a pickup e eu olhei para aquela casinha ao lado, com uns tubos de gás lá dentro (e que não se vêem na foto). Mas qual será o interesse disto? (Rute muito ensonada e prestes a ficar rabugenta).
Afinal é uma jazida de gás natural. O gás natural é petróleo na fase gasosa, lembremo-nos. Com grande surpresa minha, no meio daqueles pedregulhos todos, o Valério faz acender umas chamas com um papel a arder. Parece magia, ver a terra a arder assim sem mais nem menos. Até despertei logo.
Daqui a uma ou duas horas a chama apagar-se-á.
Estátua de um homem sentado num crocodilo. Trata-se da “Lenda do Crocodilo” – e remeto para a crónica 32 onde conto essa lenda.
As bananinhas timorenses são uma delícia, sejam amarelas ou vermelhas. Doravante farão parte da minha alimentação. Leite e bananas, é o que vou comendo pelo caminho, entre refeições. Para já fiquei com aquele cacho vermelho. Mas as bananas são iguais às outras, em sabor e textura, apenas a casca é vermelha.
Ficou desfocada, que pena. Foi a minha pressa de apanhá-los sem me verem, para não influenciar o seu comportamento.
Por aqui esta malta está bem politizada e são todos da Fretilin, pelos vistos.
Um grande cortejo de motas acompanhava este carro funerário.