003 – Chegada a Díli

Saí do hotel às 7.30h da manhã para apanhar o quarto e último voo, para Díli, às 9.25h.

Às dez da manhã, dentro do avião, serviram carne picada com esparguete. Eu  estou sempre pronta para comer esparguete, pelo que comi tudo com satisfação. Prefiro carne com massa do que pão, efetivamente.

Avisaram-nos que iam espalhar um spray no avião, que era uma norma obrigatória. Não explicaram porquê, mas de certeza que é para não levarmos mosquitos indonésios para Timor.

A emocionante chegada a Timor. Eu nem tinha a certeza se já era a ilha de Timor. Fui passando por tantas ilhazitas, será que é esta? Sim, só pode ser, estamos a voar tão baixo, e uma ilha tão grande e povoada, só pode ser Timor.

A cidade de Díli, capital de Timor-Leste.

O aeroporto de Díli. É uma da tarde, hora local. Desde que saí de casa às 13.30h de sábado, até que aterrei no aeroporto de Díli (às cinco da manhã de terça-feira, hora de Portugal), passaram-se 40 horas.

Tenho a Timor MEGAtours à minha espera, ou mais exatamente o Eduardo Massa, que é o dono da agência, bem como o Valério Ximenes, aquele que será o meu motorista. Vamos aparecer os três na foto em baixo, a almoçar.

Ao meu lado esquerdo está o Eduardo Massa, nascido em Timor, filho de pai português e mãe timorense. O rapaz saiu branco. Quando o vi pela primeira vez, ainda em Portugal, nem sabia que se tratava dum timorense. Ninguém percebe mesmo, contou ele próprio. Como é hábito, antes de contratar os seus serviços, há vários meses atrás, eu questionei a agência de viagens timorense sobre o seu trabalho e pedi referências. Afinal de contas só vejo um website muito discreto na internet, será que a agência existe mesmo? É uma questão que coloco em todas as minhas viagens. Trato sempre com uma agência local, do país para onde vou, mas há precauções a tomar. Nomeadamente garantir boas referências. E não quero emails “Gmail” ou “Hotmail”, quero empresas, ou pessoas que eu possa identificar numa empresa. Efetivamente a Timor MEGAtours enviou-me várias páginas Word com uma série de referências, e algumas de renome. Fiquei impressionada. E fui confirmar uma delas, curiosamente a pessoa e a agência de viagens que tratou do meu safari ao Quénia, há mais de dez anos atrás. Sim, a agência timorense existe; sim, trabalham bem, e já agora confirmamos o email, disse-me a Elisabete, essa pessoa que tratou da minha viagem ao Quénia. O email é outro. Mau. Então reencaminhei todos os emails trocados com a agência para o endereço de email que a Elisabete me indicou. E voltou a responder-me a Timor MEGAtours. Têm vários endereços de email, claro, dado tratarem com gente de todos os cantos do mundo. Muito bem, está confirmado, e a viagem vai mesmo acontecer.
Entretanto o Eduardo Massa veio a Portugal, tem cá a mulher e a família, e almoçou comigo, ainda em 2017. Bom, pelo menos o Eduardo Massa existe também. A viagem prossegue mesmo, portanto.
Eis agora que nos reencontramos, e desta vez sou eu que almoço com o Eduardo Massa em Timor. E mais o Valério Ximenes, aquele que será o meu motorista – e companheiro de aventuras. Ele na pickup, eu na bicicleta. O Valério fala português, não muito bem, mas vamo-nos entendendo. O tétum tem muitas palavras parecidas com o português, o que facilita as coisas.

Eu tinha dito ao Eduardo Massa, ainda em Portugal, que quando chegasse a Timor, depois de dois dias metida em aviões e aeroportos, a única coisa que me apeteceria seria uma canja. Ou uma sopa quente, de legumes. Deveria chegar tão maldisposta, cansada das comidas dos aviões, que só me apeteceria um caldo quente. E o Eduardo tratou disso: os dois pratos desta foto são duas canjas, e as duas são para mim. Acabei uma, comecei outra. Regalei-me. Estamos no restaurante do Hotel Timor, e o cozinheiro é amigo de infância do Eduardo. Lá fizeram o jeito de arranjar-me uma canja, que nem está no menu.

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