027 – Príncipe – Praia Banana
Praia Banana
Vou passar uma hora aqui na maravilhosa praia Banana. Aproveito para abastecer de combustível. Para descansar e usufruir.
Estas sandes de ovo cozido e açúcar são uma maravilha, tenho que ceder.
São 8h30, é hora de partir para novos destinos. Agora vou em direção à praia Macaco. Estes nomes das praias são no mínimo originais… Hão-de ter uma razão, provavelmente, mas apenas posso imaginar qual é. Uma terá a forma de banana? Noutra teria macacos? Pois não sei.
Os buracos dos caranguejos no meio da floresta fascinam-me. Reparem no musgo – devido à altíssima humidade que aqui existe.
A entrar no miradouro de onde se vê a Praia Banana. (Já tive que subir muito para chegar aqui…)
Vejo as minhas próprias pegadas na praia. Ainda não são 9 da manhã, todos os turistas andam de volta do pequeno-almoço, nos hotéis. Não circulam ainda. A estas horas o Príncipe pertence à população que trabalha – e a mim.
Este chafariz – na Roça Belo Monte – com um chuveirinho é o ideal para dar uma lavadela rápida na bicicleta. Mas rapidamente desisto, pois uma bicicleta não pode ser lavada assim. Se porventura alguma gordura vai para os discos, nunca mais conseguirei travar. Os discos têm de ser protegidos com sacos plásticos enquanto a bicicleta é lavada. Fui-me embora, portanto.
Este é o guarda da Roça, na cancela da saída. Enquanto eu passava na bicicleta, mostrou-me este colar feito com conchas e sementes. Efetivamente ando à procura duma pulseira para o meu namorado, que me disse querer uma daqui de São Tomé e Príncipe. Hoje estou no 9º dia de viagem, é a segunda oportunidade que me surge. Não está fácil. A primeira oportunidade foi no aniversário da Reserva da Biosfera, em que eu fotografei uns colares e pulseiras (crónica 23), mas não tinham nada para homem. Será que este rapaz consegue fazer uma pulseira para homem? E com quê? Talvez só com os búzios? “Em quanto fica uma pulseira?”, perguntei-lhe. 50 dobras (2€). Bom, vou arriscar. Ele vai então fazer uma pulseira aqui no momento e eu vou esperar sentada na sua própria cadeira de segurança, que se vê atrás dele. Não vou estar sentada muito tempo, de qualquer forma, porque quero ir tirando fotos.
Dá jeito ter estas ofertas pelo caminho, devia mesmo ser incentivado o comércio destas pequenas lembranças feitas com materiais naturais da ilha. Conforme referi na crónica 16, na Roça Sundy trabalha-se com a população local no sentido de produzirem objetos de artesanato. Este rapaz deveria ser aproveitado também, com esta sua habilidade de fazer colares e pulseiras. Qual é o turista que não gosta de levar uma lembrança feita de sementes e conchas do Príncipe? E também quero uma pulseira para mim, agora. Para mim pode ser de conchas e sementes vermelhas. Não quero colares, quero uma pulseira também.
E ele vá de deitar mãos à obra com esta inesperada cliente ciclista.
Repare-se que ele não tem uma tesoura, tem um vidro para cortar o fio.
Eu aproveito a pausa para abastecer de combustível novamente.
Cá estão as minhas duas pulseiras acabadas de fazer. Não têm fecho para abrir e fechar, nem têm elástico (é um fio de nylon) pelo que têm de ter largura suficiente para a mão entrar e sair sem as partir. Eu gosto muito da minha e vou usá-la frequentemente em Lisboa. Já o meu namorado não gostou da dele. Paciência. Ainda tenho de tentar reduzir-lhe o tamanho para ficar para mim. Como está, cai-me.