026 – Príncipe – Nono Dia, a Caminho da Praia Banana
Acordei às 4 da manhã de livre vontade, sem despertador. Dormi quase 11h. Estou com super-forças depois de tamanho descanso. Hoje é que eu vou correr a ilha toda de bicicleta. O destino? São vários: Praia Banana é o primeiro destino. Depois a praia Macaco, e depois a Praia Grande. E logo se verá o que aparece mais pelo caminho.
Desta vez o pequeno-almoço veio sem nada para o pão. Nem queijo, nem fiambre, nem manteiga. Tem aquela colherzinha de doce, junto aos ovos, deve ser para barrar metade duma carcaça. E as outras três metades? Enviei uma mensagem de Whatsapp ao dono da Residencial a perguntar o que se passa. Vou comer os meus cereais, felizmente comprei leite.
E efetivamente comi uma grande barrigada de cereais de chocolate, para matar saudades das minhas manhãs lisboetas. Depois de 11 horas a dormir estou capaz de comer um bife com batatas fritas. Também comi a fruta e preparei duas sandes de ovo e açúcar, para levar. Já me rendi às sandes de açúcar. Ganhei-lhe o gosto aqui no Príncipe (que remédio, não há mais nada).
Partida às 5h40. Soberbo amanhecer! Estou com uma energia capaz de correr esta ilha e mais outra.
Carambolas que caíram da árvore – a caramboleira.
A terminar a subida do Gaspar. Aquele homem que lá vem, de boné azul, é o dono da loja da rua do cemitério. Acho que é o dono, pelo menos é a pessoa com quem eu tenho falado. À força de tanto me ver passar lá, agora perguntou-me se eu cheguei a ver o Sr. Hilário. Não!, respondi-lhe.
“Material de construção à venda. Tábuas, Barrotes e Ripas”. Espero que não chova, senão lá se vai o cartaz.
Eu vou passar agora no Picão. Vou em direção a Belo Monte.
Aqui estou a atravessar o Picão. São 6h30. É o Walton quem me faz o sinal de ok. Trabalha com tartarugas marinhas, conta-me. Diz que chegam em agosto e setembro. Já não irei a tempo de vê-las, esta viagem decorre em julho.
Apercebo-me que as crianças aqui no Príncipe estão habituadas a rotinas de higiene oral. Já as crianças com quem falei no miradouro do Terreiro Velho também me disseram que lavam os dentes ao deitar. Este rapaz está a lavar agora ao amanhecer. É de louvar conseguir implementar estes hábitos nas crianças. Mesmo usando uma lata de salsichas, o que interessa é que lave. Em São Tomé eu irei comprar uma pasta dentífrica Colgate, e custará 25 dobras (1€). Aqui deve ser o dobro. É caro, não deve ser fácil para as famílias adquirirem pasta dentífrica.
O caminho é para a direita.
Aqui começa Belo Monte – diz a placa. Também passei pela Roça Paciência, no caminho para chegar aqui.
A entrar na Roça Belo Monte. Aqui há um segurança a controlar a entrada, pois a Roça é hoje um hotel de luxo. Faltam 2 km para a Praia Banana. Já fiz 8,3 km. São 7h.
Lo que puede el corazón Solo lo sabe Quen lo pone En la obra
Muy bien, mis hermanos españoles! O que andaram aqui a fazer em terras lusitanas?! 🙂
Fruta-Pão caída no chão.
Buracos de caranguejos nesta parede.
Cheguei ao meu destino e tiro uma selfie com a máquina em cima duma pedra. Efetivamente a máquina fotográfica tira 9 selfies, de 5 em 5 segundos, conforme contei na crónica 4. Pelo que eu vou mudando de posição, para não ficarem todas iguais. E o que é facto é que não gostei de nenhuma. Ter 9 selfies e não gostar de nenhuma é obra. Nesta foto eu estaria a mudar de posição, e para não ficarem todas iguais, sempre de frente a sorrir, deixei ficar esta para a posteridade. As restantes foram apagadas. Sou severa com as fotos – na limpeza noturna desaparecem metade. São 7h30, tenho 10,5 km.