83 – Buenos Aires, San Nicolás

Acordei tarde, perdendo assim o pequeno-almoço no hotel. Agarrei no mapa e saí. Não combinei nada com ninguém, optei por andar sozinha novamente.
Vou conhecer mais detalhadamente o coração de Buenos Aires: o bairro de San Nicolás, precisamente onde ficava o Tribeca. Zona de teatros, zona de cultura.

A Avenida Corrientes, em cujos tradicionais cafés e bares evoluiu o tango nos princípios e meados do século XX, é a artéria onde se encontram alguns dos teatros mais importantes. Nesta matéria, Buenos Aires conta com uma oferta muito diversa. Muitos dos teatros de maior relevância dependem diretamente do Governo da Cidade: o Teatro Colón, o Teatro General San Martín, o Teatro Alvear, o Teatro Regio, o Teatro Sarmiento e o Teatro de la Ribera, entre outros. Também existe uma importante atividade no Teatro Nacional Cervantes, no Centro Cultural Recoleta, no Centro Cultural General San Martín, no Teatro Maipo e na grande quantidade de teatros independentes que se encontram distribuídos pelos bairros.

O Governo da Cidade administra dez museus que abarcam diferentes temáticas: desde as artes plásticas (Museu de Artes Plásticas Eduardo Sívori) até à história (Museu Histórico de Buenos Aires Cornelio de Saavedra), passando pelo cinema (Museu do Cinema Pablo Ducrós Hicken). Também existem muitos museus dependentes do Governo Nacional (como o Museu da Casa Rosada) ou de fundações (como o Museu de Arte Latino Americana de Buenos Aires).

Da Cidade dependem 26 bibliotecas públicas, além de existirem muitas bibliotecas dependentes dos diferentes poderes da nação, assim como das diferentes universidades que se encontram na capital.

A indústria editorial de Buenos Aires é igualmente uma das mais competitivas da região, e a densidade de livrarias é bastante alta. É possível conseguir, com alguma facilidade, livros antigos, primeiras edições e publicações em diferentes idiomas, sobretudo nos estabelecimentos comerciais localizados na Avenida de Maio e na Avenida Corrientes.

Palácio do Congresso da Nação.

Avenida Callao.

Se eu tirei uma foto à minha prima ovelha negra, também tive de tirar uma foto à prima do meu cão.

O Obelisco no centro da Avenida 9 de Julho, e no centro do bairro San Nicolás.

Teatro Colón. Inaugurado em 1908, é um dos teatros de ópera mais famosos do mundo. Ao longo da sua história albergou personagens como Arturo Toscanini, Enrico Caruso, Maria Callas, Plácido Domingo, Luciano Pavarotti, Ástor Piazzolla, entre muitos outros. Encontrava-se fechado para remodelação, mas mantinham-se as visitas guiadas ao seu interior – através de dois grupos, um em espanhol, outro em inglês. Inscrevi-me no primeiro. Visitámos as caves, onde é fabricado o vestuário e são tratados os adereços como calçado e perucas, algumas salas de ensaio e a sala principal – sentámo-nos inclusivamente na plateia e depois num dos camarotes. Foi uma visita fenomenal. Era proibido tirar fotos, e as que tirei ficaram escuras ou tremidas. A foto abaixo é a que mais se aproveita, pois nem regulei a máquina para o escuro. Foi tirada perfeitamente à socapa, com ela pousada no parapeito do camarote. Ouvia-se o clique – eu tinha de ficar para o fim, como quem não quer nada…

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