56 – Torres del Paine – Trekking – a Subida
O que me terá dado na cabeça para meter-me numa coisa destas?…, questionei-me em voz alta, enquanto subíamos.
A Isabel e o Walter riram à gargalhada. Eu ri-me também.
Esta gente é doida…, dizia o Walter, que pela primeira vez na sua carreira profissional turística, chamemos-lhe assim, se tinha metido nestas andanças.
De facto considerámos que tinha tudo endoidecido, e que a nós nada restava senão segui-los.
O objetivo: chegar ao topo da montanha. Existe um lago vermelho lá em cima – incentivava-nos o Flávio, tentando suscitar a nossa curiosidade e fazer acelerar o passo.
Um lago vermelho… E lá fomos, subindo os pedregulhos, olhando para cima, seguindo os pontos vermelhos que indicavam o trajeto a seguir.
Se ainda pudéssemos subir leves, sem pesos, mas não era o caso. Tínhamos muita roupa que nos dificultava os movimentos, mais a carga da comida e água para todo o dia, e no meu caso mais a mala da máquina fotográfica, que não é propriamente pequena e leve. (Contudo é uma bomba… uma Canon Rebel, não se pode ter tudo).
A certa altura, pouco depois do início, separei-me da Isabel e do Walter e despachei a coisa. É mesmo a expressão. Deixa-me chegar lá acima depressa. Com sorte escapo à chuva que está aí a aproximar-se.
Subi, subi, subi, galguei pedras e pedregulhos, cumprimentei e ultrapassei os restantes elementos do grupo, continuei a subir e cheguei lá a cima em primeiro lugar, ex-aequo com o Rui.
E fomos mesmo a tempo de ainda ver o lago – que era verde, afinal, antes de tudo se cerrar no topo da montanha e começar a chover.
Esperámos pelos restantes. Fiz uma grande festa quando vi o Walter a chegar, puxando pela Isabel. Aplaudi-os, gritei, incentivei-os. Os outros caminhantes, estrangeiros, olhavam-nos divertidos. Havia muita gente a fazer esta loucura.
Aqui já se tinha cerrado tudo, já só se vê um dos picos da montanha, atrás de mim. Eles são três, e vê-los-emos completos numa das próximas crónicas.