15 – Em Viagem & Beber Mate
Por várias vezes fizemos mais de 500 quilómetros por dia. Este foi um deles.
Íamos a caminho do Bosque Petrificado, um local remoto da Patagónia argentina, pouco visitado por turistas precisamente por exigir grande esforço para lá chegar. Não existem aviões para este local, nem grandes hotéis, logo… poucas visitas.
Que bom, ter ido numa viagem de Trekking e Aventura. Não é para qualquer um. E não é para todos os gostos.
Como devem calcular, em tantas centenas de quilómetros em estrada, “casas-de-banho” não faltavam. Los baños, como eles dizem em espanhol. Los servicios. O pior mesmo era encontrar arbustos ou árvores dignas disso, no meio de tanta vegetação rasteira…
Esta é uma foto muito importante e por demais ilustrativa de um grande costume na Argentina: beber mate.
Desconfio que não haja um argentino que não beba mate. Enfim, deve haver, claro, mas não vi nenhum desses espécimes raros. Toda a gente bebe e partilha o chá, servido num chimarrão, e bebido por uma palhinha de ferro (a “bombilla”).
Nesta foto vê-se o boião com as ervas, e a embalagem de Piporé – as ditas ervas. Forte como o café, despertava qualquer um.
A temperatura da água tem de ser exatamente 90 graus. Mais fria não presta. Mais quente estraga o mate.
Todos têm um termo de água quente, e todos se abastecem por aqui e por ali, nas bombas de gasolina, por exemplo. Não há bomba de gasolina que se preze, nos confins do mundo, que não tenha água pronta para o mate de quem por ali passa.
E partilhar o mate é um costume arreigado, sendo inclusivamente mal vista a recusa.
Pois eu aprendi depressa a servir mate ao Walter, enquanto este conduzia. E partilhei-o, claro.
Ele em contrapartida adicionou um elemento a este ritual: o açúcar. Não aprecio bebidas amargas, e aquilo sem açúcar era um pouco para o intragável… Sai um boião de mostarda (foi a embalagem que se arranjou!) cheio de açúcar para a Rute.