28 – Banco da Reserva Federal
Esta visita ao Banco da Reserva Federal considerámo-la um dos pontos fortes desta viagem. Só há duas fotos, e ambas exteriores, dado que é estritamente proibido tirar fotos no interior.
Exterior do Banco. Vê-se um carro da “Federal Reserve Police”. Atenção que é uma polícia especial só para o Banco. Não é o New York Police Department (NYPD). Existem uma série de polícias diferentes nos EUA. Esta é a dos Bancos Federais, mas também há a polícia dos Correios, dos Jardins Zoológicos, dos Institutos Nacionais de Saúde, a Polícia de Gravação e Impressão de Dólares, a Polícia da Casa da Moeda, a Polícia dos Parques Nacionais, etc, etc. Para vê-las todas basta consultar a Wikipedia.
Efetivamente tirei uma terceira à socapa, no interior, ainda no lobby à espera que nos chamassem para visitar o cofre, e estava a ver que eu era extraditada para Portugal com tantas câmeras e tantos polícias por todo o lado. Nem sei como nos deixaram sequer entrar naquela fortaleza com as câmeras penduradas ao pescoço. Fomos revistados de alto a baixo, tivemos de mostrar os passaportes, bem como o conteúdo da mochila e das bolsas de cintura, e passámos na máquina detetora de metais. Nada a que não estivéssemos já habituados, a verdade seja dita, pois para entrar em toda e qualquer atração tivemos de submeter-nos ao mesmo processo. A diferença é que o controle normalmente é feito por funcionários, e aqui são polícias que nos revistam.
A visita durou uma hora e nela atravessámos as largas paredes de aço do cofre, com dois ou três metros de largura, e deparámos com centenas e centenas de lingotes de ouro, fechados em várias divisões gradeadas. Cada lingote valendo 640 mil dólares. Os funcionários responsáveis pela sua manutenção usam sapatos de madeira, de forma a proteger-lhes os pés no caso de algum cair ao chão.
Biliões de dólares ali à nossa frente, em ouro. Lembram-se dos livros de quadradinhos do Tio Patinhas, este com os olhos em forma de cifrão a olhar para o seu tesouro, um montão de notas e moedas de ouro? Parecia eu a olhar para todo aquele ouro. Só que este tesouro não é meu. Tantas barras de ouro aqui à minha frente… já me chegava uma fatiazinha duma… ¼ duma destas barritas já era suficiente…
Curiosamente, 98% deste ouro não pertence aos EUA, mas sim a países estrangeiros que consideram mais seguro manter as suas reservas de ouro nos EUA do que no seu próprio país. Pensemos bem: de facto é mais fácil num golpe de estado apoderarem-se do ouro nesse seu próprio país, do que terem ainda de invadir os EUA para roubá-lo.
O papel deste banco na economia norte-americana, todavia, está ligado ao controlo da inflação e da taxa de desemprego. O ouro não é usado para controlar nem um, nem outro. É apenas um serviço prestado a outros países. O guia que nos conduziu – um funcionário do banco – foi-nos colocando uma série de questões sobre economia, já com algum grau de dificuldade e que nos fez ficar por vezes em silêncio sem saber responder (éramos um grupo de sete ou oito pessoas). Eu a rever todos os ensinamentos de economia dos tempos da faculdade.
Os trabalhadores da Freedom Tower, um dos edifícios que está a ser construído no local das Torres Gémeas. (Na crónica 4 apresentei a Freedom Tower, vista do rio). Os trabalhadores estão na hora de almoço e espalham-se pela zona para comer.
A seguir ao Banco, é altura de visitar o Memorial 9/11.
(Continua na próxima crónica).