09 – Metro – Grand Terminal Station
O metro é velhíssimo, e está ser limpo e renovado, ao que parece, segundo o anúncio que têm dentro das carruagens (na foto abaixo).
Cada bilhete custa 2,5 dólares, e vendem-se passes de sete dias – não comercializam bilhetes diários. Cada um de nós comprou dois passes (14 dias, portanto, apesar da nossa viagem ser de 10 dias, mas mesmo assim compensou). Curiosamente, quando fomos para o aeroporto, no último dia, estavam uma série de rapazes e homens negros a pedir os cartões aos turistas. A Jamaica Station fica numa zona pobre. Demos os nossos a um deles.
O metro de Nova Iorque tem um senão: quando se passa o cartão é suposto aparecer a mensagem “Go”, mas se porventura não entramos logo, se a mensagem não aparece e se subsistem dúvidas sobre se o cartão foi bem passado ou não (e aconteceu-me esbarrar com a barriga no ferro, pensando que dava para entrar e afinal não dava) se porventura hesitamos e passamos o cartão outra vez, pronto, está tudo tramado. Já não dá para entrar. Aparece a mensagem: cartão já validado. Sim, mas eu estou cá fora e quero entrar. Nada a fazer.
É preciso chamar o funcionário e ele tem de vir abrir a porta com o seu cartão, explicou-me uma senhora que ia de passagem, ao ver-me atrapalhada, já com o meu namorado à espera no outro lado.
Ora há estações que nem funcionários têm. Pura e simplesmente não têm guichets. Ou então, como me aconteceu também, há uma fila enorme no guichet. Certo, eu vou esperar dez minutos naquela enorme fila até chegar a minha vez e pedir-lhe que venha cá fora…
Passei por debaixo da barra.
Vi as pessoas a olharem para mim – coitadinha, não tem dinheiro para o bilhete… E isto aconteceu-me duas ou três vezes. Uma outra vez aconteceu com o meu namorado – ficou ele do lado de fora e eu dentro. Mas vinha um rapaz a sair do metro, o qual, bastante simpático, percebeu a situação e passou o seu próprio passe na máquina, para ele poder entrar.
Aproveito a ocasião para deixar uma nota sobre a simpatia e amabilidade dos nova-iorquinos. Esta foi uma situação evidente, em que o rapaz se prestou a passar o seu passe na máquina (ele podia ter ignorado e continuado a andar; e a senhora que parou e me explicou, a mesma coisa) e tivemos uma série de outras situações. Acho que a mais notória foi no segundo dia, em que precisávamos de fazer duas chamadas telefónicas para marcar duas excursões. Já tínhamos saído do hotel quando obtivemos o cartão e o livro do New York Pass (cartão que dá acesso a várias atrações de Nova York, e onde constavam os números de telefone) e não queríamos voltar ao hotel só para fazer duas chamadas. Entrámos num café, também mercearia, e a senhora de cor – hispânica, viemos a descobrir quando ela começou a falar espanhol connosco depois de ouvir-nos falar português – informou-nos que ali não dispunham de telefone público, mas que existia uma cabine ali perto. Fomos à cabine (num estado imundo que até metia medo agarrar no auscultador), a qual nos comeu as moedas e não efetuou chamada nenhuma. Voltámos à loja. E ela não foi de meias medidas: ajudou-nos a ver o livro com os números e os indicativos, e passou-nos o seu próprio telemóvel. Démos-lhe dez dólares no final, ao que ela agradeceu dizendo que era demasiado e querendo devolver-nos uma das notas de cinco. Nós sabíamos, era uma forma de agradecimento, e deixámo-la ficar com os dez dólares. Pensem bem nesta situação. Chega-vos um casal de estrangeiros, desconhecidos, do nada, que querem fazer duas chamadas, ainda por cima são teimosos, voltam a segunda vez mesmo depois de lhes dizerem que ali não há telefone público, e vocês passam-lhe o vosso telemóvel e vão aos vossos afazeres, deixando-os sozinhos, à vontade, como nós ficámos, a marcar números e a falar. Estrangeiros desconhecidos que nunca mais apareceram ali.
Outras situações como esta ocorreram, mostrando a simpatia e disponibilidade dos nova-iorquinos, as quais a seu tempo serão contadas.
Anúncio que proliferava por todos os metros e carruagens, em inglês e em espanhol. Anuncia que os menores de 18 anos têm direito a refeições grátis durante o verão.