151 – Museu do Chá

Desde o final da tarde até ao princípio da noite, carrinhas brancas e veículos utilitários desportivos (SUV’s) alinham-se nas ruas até Gurgaon, transportando empregados dos call-centers para o trabalho. Um segurança muitas vezes senta-se no banco da frente para escoltar as mulheres. O “turno do Reino Unido” trabalha desde o final da tarde até à noite, ao passo que o “turno dos EUA” labuta durante a noite. Os trabalhadores também estão divididos em “inbound” (receber chamadas) e “outbound” (fazer chamadas).
Devido ao receio de roubo de identidade dos clientes e falhas na segurança, os agentes deixam todos os itens pessoais – canetas, telefones, quaisquer pedaços de papel – em cacifos à entrada. Eles operam em ambientes altamente regulamentados, incluíndo testes de droga e chamadas telefónicas monitorizadas. “Tailgating” – entrar colado a alguém através de uma porta sem passar o cartão – é proibido. Quinze minutos de intervalo são permitidos em cada duas horas. “Não é como se se pudesse sentar durante uma hora,” afirma Kapil Khaneja, um gerente sénior do serviço ao cliente que foi promovido três vezes nos seus quatro anos na Convergys. “Passam-se sete horas ao telefone.”
Os gerentes parece que absorveram as lições de gestão dos seus patrões sediados nos EUA. “Eles são implacáveis”, diz Pundir, o seu tom refletindo admiração. “Para manter uma organização, não podemos pensar “coitado disto”, “coitado daquilo”. Encarregue de programar os horários dos agentes, Pundir afirma que não pode permitir que os seus empregados faltem ao emprego por cada festa religiosa ou familiar, como é hábito em algumas empresas indianas. Em vez disso, os trabalhadores dos call centers gozam dos feriados norte-americanos, incluindo o Dia do Trabalho e de Ação de Graças – mas porque o resto da Índia trabalha nestes dias, eles acabam por sair com amigos de outros call-centers.
Os supervisores motivam os membros das suas equipas com feedback positivo e prendas ocasionais pela boa performance. À medida em que Khaneja nos levava a dar uma volta pelo seu piso, apontou para uma montra de vidro contendo regalias para os empregados: uma garrafa de prata, uma t-shirt das Adidas, colónia Brut.
Os empregados top recebem escapadas de fim-de-semana em resorts, e equipas de alta performance podem celebrar em jantares pagos pela empresa com competições para o mais bem vestido ou o que dança melhor. Os gerentes da Convergys dizem que encorajam os seus empregados a relaxar no seus tempos livres, oferecendo descontos ou passes para restaurantes e cinemas.¹

Na companhia de um guia local, que mais adiante veremos, visitei este museu onde se mostra como é feito o chá. Nesta foto vê-se a planta que dá origem a uma série de chás diferentes: camelia sinensis. Dependendo das condições de cultivo, colheita, preparação e acondicionamento, esta única planta dá origem ao chá preto, ao chá verde, ao chá branco (produzido das mais tenras folhas, mais raro e caro) e ao chá oolong (com fermentação mediana, e com um sabor mais próximo do chá verde do que do chá preto). Mais adiante visitarei uma fábrica de chá e aprofundarei este tema.

Todos estes tipos de chá vêm de uma única planta, conforme referido atrás: a camelia sinensis.

No final da visita ao museu é projetado um filme sobre a história do chá, bem como imagens do seu cultivo e preparação nas fábricas.


¹ Kalita, S. Mitra (2005), “Hope and Toil at India’s Call Centers”, The Washington Post, 27 de Dezembro. Página consultada em 17 de Janeiro de 2010,
<https://www.washingtonpost.com/archive/politics/2005/12/27/hope-and-toil-at-indias-call-centers/2e0a2067-e79c-4352-823d-3e303337a4cc/>

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