142 – Passeio pela Cidade de Cochim

Ora aqui temos o meu novo motorista e o meu novo carro: um Ambassador! No sul tenho um Ambassador! (Ver crónica 61 sobre este). O motorista chama-se Thaha, tem três filhos, tendo o mais velho casado no ano anterior. Quase não fala inglês. E o Ambassador, que vim a descobrir que não era seu mas sim do representante da agência de viagens local, não tem espelho retrovisor do meu lado. Para quê?… Na Índia é tudo à base de buzinas. Não se olha, apita-se. E este motorista não é como o Kailash, que muito raramente apitava. Este motorista Thaha tem o tique das buzinas: haja carros ou não haja, apita. Aqui vou eu de Ambassador, portanto, a apitar de trinta em trinta segundos.

Igreja de S. Francisco, a mais antiga igreja europeia da Índia, construída pelos portugueses em 1503. Vasco da Gama morreu em Cochim em 1524, tendo sido sepultado aqui. O seu filho trasladaria os restos mortais para Lisboa, catorze anos depois.
Hoje é uma igreja protestante. Na foto abaixo repare-se nas cortinas do lado esquerdo e do lado direito – antes eram feitas de palha e abanavam-se para proporcionar ar fresco.

O guia local que me acompanhou entre as 9 e as 11 da manhã, a pé e de carro pela cidade de Cochim. Deu-me umas explicações breves: Cochim ou Kochi, na linguagem local – o malaiala – é a cidade de um dos catorze distritos do estado de Kerala. Kerala vem de “Kera” – coco, e “La” – terra. Logo, é a terra dos cocos. Cochim, cujo porto foi fundado em 1341, tem 18 ilhas, das quais uma é artificial.
Cochim foi a primeira colónia europeia na Índia, mais exatamente dos portugueses. Foi governada por estes entre 1503 e 1663. Manteve-se como a capital da Índia portuguesa até 1530, data em passou Goa a desempenhar esse papel. A cidade foi mais tarde ocupada pelos holandeses, depois pelo reino de Mysore, e finalmente pelos ingleses.
Repare-se que aqui já não se fala o hindi, mas sim o malaiala, ou malabar. Mais à frente veremos a sua redonda escrita numa parede da rua.

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