111 – On The Road Again – 18º dia de viagem

Após um relaxante passeio de bicicleta dentro do palácio, onde avistei uma série de animais, foi hora de tomar o pequeno almoço. Lembremo-nos que ando maldisposta do almoço da véspera, do peixe frito com batatas fritas. Se tivesse comido uma chicken tikka masala teria feito melhor. Estava de tal maneira agoniada que pedi apenas fruta e chá. O copo contém sumo de melancia. E o limão, como já sabem, era para um chá de limão (acho que foi aqui que desisti de pedir chá de limão…) A questão é que preciso mesmo de alimentar-me com consistência, isto com alfaces e melancias não vai lá. Preciso de ovos, bifes, carne, pão. Afinal de contas acordo todos os dias às 5 ou 6 da manhã e só tenho descanso às 10 da noite, senão mais tarde.
Este é um cuidado essencial em qualquer viagem, não é só nesta. Em todas as viagens, comer bem para aguentar com energia e vigor os dias completamente preenchidos, uns atrás dos outros, sem tréguas – é fulcral. Um mês nesta vida pode ser muito agradável, mas se o cansaço começar a invadir a pessoa, arruína a viagem por completo. E quando falo em comer bem, não é só comida consistente, é variedade, e sobretudo legumes e fruta também. Esta foi uma conversa que já tive durante a viagem à Austrália, quem a acompanhou talvez se recorde. De onde me vem esta energia? De uma alimentação correta e a horas. Sandes e fast food não fazem parte da minha dieta, posso afirmá-lo.

Estou hoje no 18º dia de viagem, vou a caminho de uma cidade chamada Jaipur. Esta foto é muito curiosa e deixou-me de boca aberta com a atitude do motorista Kailash. Mas enfim, já sei que não devo espantar-me com nada, na condução indiana. Como vêem na foto anterior, o Kailash não encostou à berma (espaço não faltava, ainda por cima). Quem quiser que o contorne.
Pois aqui havia uma fila enorme para atravessar uma passagem de nível. Todos esperavam, de um lado e de outro, que o comboio viesse. O Kailash não foi de meias medidas. Ficar na fila? Claro que não. Toca a ir em contramão até junto da linha de comboio. Quando abrir a cancela já está em primeiro lugar.
Ter um motorista assim é outra coisa… Qual filas…
Enfim, eu estou entretida a ouvir o ipod, o Kailash que vá como quiser. Na Índia faz como os indianos. (Costuma ser “Roma” e “romanos”, mas agora estamos na Índia, tem de ser assim).
E quando os outros, em sentido contrário, vieram direito a ele, teve de meter-se entre eles, naturalmente. Um camião teve de deixá-lo meter-se, senão congestionava todo o trânsito.
Ah valente, quem pode, pode. Ouve o ipod e cala-te, Rute.

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