105 – Paragem e Pernoita no Gajner Palace

(Continuação)
O conhecimento da contraceção é quase universal: 98% das mulheres e 99% dos homens entre os 15-49 anos conhecem um ou mais métodos contracetivos. 94% das mulheres e homens sabem o que é a esterilização da mulher. A esterilização do homem, pelo contrário, é conhecida apenas por 79% das mulheres e 87% dos homens.
93% dos homens conhecem o preservativo, contra 74% das mulheres. Mais de quatro em cada cinco mulheres conhecem a pílula contracetiva. O conhecimento da contraceção é bastante alargado mesmo entre adolescentes: 96% das raparigas e 97% dos rapazes ouviram falar de um método moderno de contraceção.
Entre as mulheres casadas, o uso de contracetivo situa-se nos 56%. A esterilização da mulher representa 66% de todos os métodos contracetivos usados. A adoção da esterilização encontra-se sobretudo entre as mulheres com três crianças, em que dois são rapazes. Os métodos mais utilizados para espaçar os intervalos entre nascimentos são o preservativo e o método rítmico, ambos utilizados por 5% das mulheres casadas.
Relativamente às religiões, a prevalência contracetiva é mais alta entre os jainas (75 por cento), seguido dos budistas (68 por cento) e sikhs (67 por cento). Entre os muçulmanos, hindus e cristãos oscila entre os 46 e os 58 por cento.¹

O governo da Índia utilizou massivamente os mass media para aumentar a consciência sobre a SIDA entre a população em geral, bem como a sua prevenção. Todavia os números continuam muito baixos: 40% das mulheres na Índia, entre os 15 e os 49 anos, nunca ouviu falar da SIDA. Entre os homens os números são melhores: 84% já ouviu falar. Este estudo colocava a questão sobre se já tinham ouvido falar na doença chamada SIDA, e depois colocava uma série de questões para determinar a extensão do seu conhecimento. Foram colocadas questões, por exemplo, sobre se uma pessoa com ar saudável podia ter SIDA. Ou se  esta se podia transmitir através de picadas de mosquito, através de abraços, ou através da partilha de comida com uma pessoa infetada.
Curiosamente, esperar-se-ia que o conhecimento da SIDA entre as mulheres não casadas que tenham tido sexo fosse superior ao das mulheres não casadas que nunca tiveram sexo, mas não: as mulheres não casadas que já tiveram sexo sabiam menos da SIDA (58%) do que as não casadas que nunca tiveram sexo (76%). Entre os homens dá-se o contrário: a percentagem de homens não casados que já tiveram sexo e que têm conhecimento da SIDA (93%) é ligeiramente superior à dos homens não casados que nunca tiveram sexo (89%).
80% dos homens e mulheres que têm conhecimento sobre a SIDA indica que foi através da televisão que receberam a informação. A seguir vem a rádio (37 por cento das mulheres e 55 por cento dos homens), depois os amigos e a família (32 por cento das mulheres e 44 por cento dos homens), e finalmente os jornais e as revistas (27 por cento das mulheres e 52 por cento dos homens).²

Nunca mais estas crónicas terminariam se nos puséssemos a analisar todos os dados deste interessantíssimo estudo. Em vez de se chamarem as crónicas da Índia, mais valia chamar-lhe o estudo sobre saúde na Índia, pelo que vamos terminar por aqui a sua análise. O tema do Nirodh, porém, ligado ao planeamento familiar e à SIDA, retomá-lo-emos mais adiante.


¹ Ministry of Health and Family Welfare, Government of India (2007), “National Family Health Survey (NFHS-3) 2005-06”, Mumbai, International Institute for Population Sciences, pp xxxii e xxxiii do “Summary of Findings”. Página consultada em 29 de Novembro de 2009, <http://www.nfhsindia.org/volume_1.html>

² NFHS-3, “HIV/AIDS-Related Knowledge, Attitudes, and Behaviour”, pp. 315 a 321.

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