088 – De Bicicleta pelas Ruas de Pushkar

Tenho estas notas no bloco que andava comigo:
“A cidade tem 2.500 habitantes. Das 16h às 18h – passeio de bicicleta por Pushkar. Das 18h às 19h – passeio a pé. Um rapaz indiano tentou engatar-me. Ofereceram-me haxixe. Cheiro a incenso. Passei três vezes ao todo na mesma rua – a vaca [última foto abaixo] sempre parada no mesmo local. Perguntavam-me onde tinha deixado a bicicleta. Não entrei no templo ao descobrir que as máquinas fotográficas não eram permitidas.
Hoje fizeram 43° em Pushkar. Disseram-me que em Bikaner estava ainda mais calor. (Os empregados do hotel no terraço comigo).
Só hippies e psicadélicos (turistas brancos).”

É isto mesmo. Foi a cidade onde mais turistas brancos vi, e eram 95% hippies e psicadélicos, seja lá o que isso for. Gente às vezes esquisitíssima, parece que os ocidentais mais esquisitos caem todos em Pushkar. Não admira que o rapaz indiano tenha tentado descaradamente a sua sorte, estão habituados a comportamentos livres. Ele era de fora, estava ali a passar uns dias, pelo que me disse. Usava óculos escuros, jeans, e até era um rapaz interessante.
E muito gostava eu de saber como se entende aquela gente sem álcool. Nem uma cervejinha. Talvez compensem com o haxixe…
Que cena marada, esta cidade, só posso dizer isto.

Quanto ao templo, foi o motivo de eu deixar a bicicleta no hotel e ir a pé. Era uma rua longa, talvez com um quilómetro, cheia de lojas, restaurantes e alojamentos. Com publicidade constante a downloads de fotos para CD’s e DVD’s. Estão perfeitamente habituados ao turismo. Chego ao templo, no fim dessa longa rua – um dos raros dedicados ao deus Brahma – e dizem-me que não posso entrar com a câmera. Tinha de deixá-la cá fora, à guarda de alguém. Então eu guardei a bicicleta no hotel com receio que ma roubassem, e agora ia deixar a máquina fotográfica. É já a seguir. Voltei para trás.

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