083 – Jodhpur, a Cidade Azul
Uma sala de um palácio, dentro do forte. Ainda não comentei isto, mas era um pormenor engraçado: os tetos reais, ou imitações (o meu quarto no forte de Narlai tinha uma imitação) são enfeitados com as nossas bolas das árvores de Natal. Nesta foto estão bem empoeiradas, pois… limpar tanta bola de Natal no teto…
Reparem que a jogadora de pólo no topo do lado esquerdo é uma mulher. Fiquei espantadíssima com este quadro. Ver uma mulher ao lado de homens, na Índia, e ainda por cima numa atividade desportiva…
Todos os marajás que foram passando pelo forte de Mehrangarh. Vi-me grega para tirar esta foto. Tinha vidro, e portanto aparecia tudo (pessoas constantemente a passar atrás de mim, por exemplo) menos os marajás… Teve de ser assim de lado.
No topo do forte.
A linda cidade azul de Jodhpur. Ainda hoje fico especada a olhar para a foto, quanto mais ao vivo, com aquele quadriculado todo à minha frente. Azul é a cor dos brâmanes, mas contou-me o Kailash que hoje em dia já qualquer pessoa pinta a casa de azul. Pintem, pintem…
Jodhpur é conhecida, além de “cidade azul” – e já perceberam porquê – também como “cidade do sol”, exatamente pelo sol constante todo o ano (e seca… como amaldiçoou o eremita). Na realidade, até agora, desde que esta viagem começou, foi aqui que apanhei o maior calor. Enfim, eu já nem sei, era tanto calor sempre. Todavia aqui era mesmo seco, sufocante. Faziam 47 graus centígrados. Bebi e transpirei desalmadamente. Não havia água que me chegasse. O Kailash ia-me dando garrafas frescas, de litro e meio, constantemente. Em menos de 10 minutos pareciam um chá quente. E para a próxima terei de levar sais, pois o organismo chega a um ponto que já rejeita tanta água, mas continua com sede e desidratado de tanto transpirar. A água simples já não tem sais suficientes.
Ao centro, em cima, vê-se o bazar da torre do relógio, que visitei na crónica 81. À sua direita está o portão para entrar nesse bazar, e vêem-se os carros brancos estacionados na avenida principal – era aí que o Kailash estava estacionado, em frente à loja do chá, nessa crónica também. (Enfim, não se esforcem muito, é tudo tão pequenino…)
Fui constantemente assediada para tirar fotos junto dos indianos, neste forte. Ainda não tinha comentado isto, mas eles têm muito o hábito de pedir aos turistas brancos que tirem fotos consigo e com as famílias. Senti o que devem sentir as estrelas de cinema, constantemente assediadas. Confesso que de vez em quando me maçava, mas nunca recusei. Seria extremamente rude e antipático da minha parte recusar a uma família, com crianças, a alegria de tirar uma foto no meio deles. E divertia-me sobretudo ver os outros turistas a serem assediados também, sem escapatória. Hoje, recordemos, era um dia com entrada livre. Era terça-feira, férias escolares, e havia uma multidão a visitar o forte.