071 – Cerimónia do Ópio numa Comunidade Brâmane
Acho que esta foi a melhor de todas, na viagem. Puseram-me a beber água com ópio. Eu hesitei, claro. E eles repararam na minha hesitação, e trataram de assegurar que aquilo não fazia efeito nenhum, que era só para mostrar aos visitantes. Eu teria de beber uns bons goles, com certeza, para fazer efeito. Ora só provei um golinho pequeno. Que não sabia a nada, esclareça-se. E era água de garrafa – pois, eles sabem que as flores de estufa europeias não podem beber água do poço (qual torneira, existem lá torneiras aqui). Ainda por cima é para beber diretamente da mão de um deles. Já não sei o que menos quero, se o ópio, se a mão. Bom, vamos torcer para que tenha lavado as mãos, vamos lá provar isso.
Estamos agora numa aldeia brâmane. A casta superior dos sacerdotes. E o azul é a sua marca: as casas são azuis.
O ópio.
Aparelhote e recipientes de onde se filtrou e passou a água uma dúzia de vezes entre uns e outros, no rito, depois de fervida.