033 – O Imponente Forte de Kumbhalgarh
Dos vários fortes que visitei na Índia, este foi de longe o meu preferido. Uma coisa verdadeiramente brutal e imponente, no meio das montanhas, evocando gloriosos tempos de guerreiros. Também é chamado de Grande Muralha da Índia e foi construído entre 1443 e 1458, a 1.900 metros de altitude, sob a supervisão de um famoso arquiteto chamado Mandan. Crê-se que foi construído sobre os restos de uma estrutura anterior pertencente a um príncipe jaina, no século II A.C. Em breve falarei sobre o Jainismo. No topo do forte existe um palácio, e no interior das muralhas existem mais de três centenas de templos jaina e hindus.
Um dos templos no interior do forte. A senhora que vêem nas fotos seguintes convenceu-me a entrar. Falta-me a paciência para tirar as sandálias e andar descalça, mas ela insistiu tanto que acedi. Pediu-me dinheiro, claro. Fazia uma escuridão total lá dentro, eu nem sabia para onde estava a apontar a câmera.
Acabou por fazer-me companhia ainda durante um bom bocado, depois de eu sair, enquanto estive sentada na varanda, cujo exterior se verá na próxima crónica. Hoje não há pressas, hoje tenho a tarde toda só para visitar o forte. Depois não há mais nada para fazer senão regressar ao hotel (ou então visito outra vez as casas da crónica anterior… estou no meio do nada).
Vou assim passar quatro magníficas horas no forte de Kumbhalgarh, entre as 16 e as 20h. Ainda hoje me custa a pronunciar este nome; que nomes mais complicados eles inventam.
Esta senhora, apesar de não falar inglês, por gestos e algumas palavras em hindu que fui aprendendo (e esquecendo…), contou-me que era casada e tinha três ou quatro filhos, já não me recordo. Esqueci-me de anotar. É verdade, nesta viagem, contrariamente a todas as outras anteriores, resolvi andar com um pequeno bloco e uma caneta – sempre comigo, na bolsa à cintura, para registar dados. É preciso agora que me lembre de registá-los… Perguntou-me, sempre por gestos e uma ou duas palavras em hindu, se eu tinha filhos. Fazia sinal com a mão, representando pessoas de tamanho pequeno. Crianças, pressupus que me perguntava. Não, não tenho filhos. Depois explicou-me onde vivia. Estávamos lá no alto, apontou para o longe. Também me tinha posto uma daquelas pintas amarelas na testa, quando entrei no templo, que eu tratei de limpar com um lenço. Quero lá andar com pintas… 🙂