104 – Lago Erhai

Separei-me do carro. Quero seguir pelo meio das povoações e a guia insiste em seguir pela estrada principal, uma boa estrada com uma faixa em cada sentido, e com bermas por onde seguem as motas e as bicicletas. Há grande movimento de scooters, sobretudo. As estradas junto ao lago estão cortadas em algumas partes devido às chuvadas torrenciais de ontem, e efetivamente obrigaram o motorista Nong Bu a desviar-se para a estrada principal. Mas os cortes são locais – não são ao longo do lago todo. Pelo que, vendo que eles seguiam determinadamente pela estrada principal, deixei-os e enveredei eu por um caminho à direita, em direção ao lago. Se me perder, paciência. Também é um pouco difícil alguém perder-se ao longo de um lago. Basta seguir na margem.

Apetece-vos molhar os pezinhos no lago? Está bem. Estas pequenas sanguessugas estão à vossa espera. Parecem gomas de morango, tão bonitas e apetitosas. Nada que eu não tivesse já experimentado… Não provei nenhuma, não, mas toquei-lhe. Ou melhor, tocou-me ela primeiro. Conforme contei na crónica 185 da Índia, senti comichão nas costas, na zona da cintura. Nem liguei e lancei a mão, quase inconscientemente. Alto. Alto e pára o baile. Está qualquer coisa pendurada nas minhas costas. E é algo mole. Vejam lá, p.f. – pedi eu.
(O que ainda não descobri até hoje, é como é que ela foi parar à minha cintura… que caminho fez a linda sanguessuga para chegar à minha cintura, nessa viagem da Índia).

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