099 – Chegada a Dali
Fiz 33 km de bicicleta, entre as 9 e as 12h. Aqui entrei para o carro e fiz os restantes 32 de carro, conforme referi na crónica anterior.
Cheguei ao hotel totalmente encharcada. Tive de mudar de roupa – de roupa interior inclusive, naturalmente. Tenho a roupa com dez litros de água em cima. Dá para espremer. O impermeável nem conseguiu valer-me. Tem de ser um de plástico, nestas circunstâncias. E não faz assim muito calor. Se calhar estão uns 21 graus. Para mim é frio, e só mesmo o esforço físico permitiu aguentar-me relativamente bem.
Mas a saga não acaba aqui.
No quarto do hotel, enquanto me dispo e visto, antes de almoço, dou conta que estou mesmo à beira da autoestrada, com um trânsito infernal. Fui espreitar à janela, caminhando de joelhos por cima da cama. O quarto não tem vidros duplos. Não, não vou de forma alguma passar aqui três noites. Mudem-me de quarto, ou mudem-me de hotel.
Toca a mudar de quarto. O pior é que ao caminhar de joelhos em cima da cama, deixei o édredon branco sujo. Eu estou com lama nas pernas. Isto hoje nada corre bem. A empregada do quarto, que entretanto me mostrou um quarto novo, foi chamar a responsável e apontou-lhe o édredon sujo do quarto antigo. Não há problema, minhas amigas – e peguei no édredon (puxei-o da cama) e levei-o para o novo quarto que me estava a ser destinado, nas traseiras, mais silencioso. Elas duas atrás de mim, eu a caminhar quase desaparecida debaixo do enorme édredon farfalhudo. Elas levaram então o édredon lavado do meu quarto novo e foram fazer a cama novamente do quarto anterior.
Bom, vamos ver quando é que esta saga de chuvadas, maus percursos de bicicleta e mudanças de quartos acabam.
Para já: vou almoçar. Comer qualquer coisa para animar, porque isto hoje não está a correr muito bem.