041 – Almoço em Casa do Nong Bu
Entrada para o Parque Nacional da Montanha Nevada de Meili, onde fica a casa de Nong Bu. Vejo na placa que esta zona tem três vencedores entre as “Dez Melhores Vistas da China”: a Montanha Mais Bonita, O Desfiladeiro Mais Bonito, e a Floresta Mais Bonita. Esta área, etnicamente, é maioritariamente tibetana, embora tenha largas influências Han. A Montanha Nevada de Meili é considerada pelos Tibetanos como um lugar sagrado, e até hoje ninguém conseguiu subi-la. De facto o governo chinês proibiu estritamente qualquer tentativa de escalada desta montanha desde que em 1991 morreram aqui dezassete alpinistas, seis chineses e onze japoneses, os quais tentavam ser os primeiros a chegar ao topo, a 6.740 metros de altitude. Desapareceram todos numa avalanche. Alguns dos corpos só foram encontrados em 1998. Aliás, vejo uma notícia de 2016 num jornal japonês, que ainda hoje falta encontrar um corpo. A Montanha Nevada de Meili, que no Tibete é chamada de Kawakarpo, é objeto de adoração pelo Budismo Tibetano. Crê-se que a expedição era uma ofensa, e segundo consta, os monges tibetanos na altura rezaram para que eles não fossem. Os Tibetanos em geral consideram uma blasfémia essa escalada, e que houve inclusivamente uma intervenção divina, independentemente de existirem ou não as preces dos monges.
As regras de entrada são muito interessantes, se tiverem paciência de ler. A entrada para os séniores é grátis – mas só se é sénior aos 70 anos. Também é grátis para os “Trabalhadores-Modelo” (é necessário apresentar um certificado). Os dependentes de um mártir revolucionário também entram gratuitamente.
Vamos agora subir a montanha por uma estrada de terra e pedras, ao longo do desfiladeiro, pelo que a minha bicicleta é guardada e eu passo para dentro do carro. Claro que não me importava de ir a pedalar, mas se calhar só almoçávamos à hora do lanche.
A guia (que se estreia também nestas andanças de convites para almoçar em casa do Nong Bu, não sou só eu), e o próprio Nong Bu, todos a chegarmos a sua casa, na pequena aldeia de Sinong.
A mulher do Nong Bu, irmã do Jai Song. Também verei um dos filhos do Jai Song, que mora igualmente nesta aldeia. O rapaz – não sei se seria o de 21 ou o de 24 anos – é muito parecido com o pai.
A mãe do Nong Bu.
A parte nova da casa de Nong Bu, que está a ser construída. Fomos visitá-la lá dentro. Tem tudo de moderno, parece um apartamento lisboeta. É curioso conciliar assim uma casa tradicional (no piso de baixo) com uma totalmente diferente no andar de cima.