034 – Ao Sétimo Dia… Amanheceu
Adormeci cerca das 10 da noite e acordei às 6 da manhã. Muito bem, os meus sonos estão a regularizar-se, a adaptar-se ao novo horário. Amanheceu com sol, um dia lindo. China, aqui estou eu e vou desbravar-te!
Hoje tenho um pequeno almoço em sistema de buffet, no hotel. Vou toda contente, pensando que vou escolher muitas coisas, mas qual quê. Comi novamente o bolo tibetano (fiquei fã – e havia muito pouco, mal o serviam no tabuleiro desaparecia logo), um ovo cozido, uma salsicha e um daqueles pães cozidos a vapor, branquinhos e fofos, que se vêm no canto direito da foto. Também não me apetece comer couve flor e brócolos cozidos. Há igualmente o arroz cozido em caldo, tipo canja (sem sal nem qualquer tempero). O pequeno almoço chinês é saudável, com muitos legumes cozidos. Depois tem os molhos à parte, extremamente picantes e por vezes fritos, com carne de porco, já não tão saudáveis, mas enfim, os chineses dão sabor à comida assim. Fruta é que nem vê-la, não é mesmo hábito ao pequeno almoço. Aqui no hotel estão apenas turistas de outras partes da China. Ou seja, a alimentação tem de adaptar-se a outros gostos de outras regiões do país. Tem de agradar a gregos e troianos, por assim dizer, mas a comida é típica de Yunnan.
No canto inferior direito está o cesto do bolo tibetano (sempre vazio! Eu apanhei sempre os últimos bocados).
E aqui começa o meu belíssimo passeio matinal de bicicleta, cerca de 20 km. O Nong Bu tirou e guardou tantas vezes aquela bicicleta. Vê-se a minha mala grande, dentro da carrinha, e a minha mochila com rodinhas, na estrada. Também se vê o pneu da bicicleta da guia, que tem motor elétrico, mas que não foi usada agora. Eu quero ir sozinha. O motorista e a guia foram-se embora, na carrinha, e eu dei início ao meu espantoso passeio de bicicleta, esta manhã.
Um moledro – chamado ovoo – com as bandeiras de oração – as lungtas. Os ovoos são usados como altares e santuários no budismo tibetano, e as lungtas – cujo significado literal é “cavalos de vento”, também fazem parte do simbolismo tibetano, para o qual a mente está montada numa energia ou vento interior. (Ver mais detalhes na crónica 11).
As casas em construção despertam-me sempre curiosidade. Eu venho de Lisboa, não estou habituada a casas destas, com madeira, chinesas. Estas duas são do estilo tibetano. São casas muito grandes, sólidas, quadradas, com janelas pequenas. Shangri-La está a 200 km do Tibete, a influência é notória.