12 – Banitsa Festival

Estamos na aldeia de Staliiska Mahala. Chegámos às 10h15. Eu nem contenho o entusiasmo de ir ver festas tradicionais, numa pequena aldeia, com pastelaria tradicional. Vou engordar 1 kg, hoje.

Estas banitsas parecem-me muito poucas para esta gente toda. Vai chegar para todos? Só posso comer uma fatia?

Infelizmente apercebemo-nos que as banitsas não são para vender. Há um concurso, há um júri (estas senhoras) que as provam todas, e depois há um vencedor.

Da esquerda para a direita: a Eleonora, a Stefani, o Michael e a Stani. Eu disse-lhes que estes nomes parecem ingleses, mas eles disseram que não, que são búlgaros.
Segue um vídeo de 47 segundos com a música e dança que estávamos a ver: YouTube.

São 10h55 agora, e o meu grupo quer regressar a Lom, pelo que voltámos à estação de comboios. Mas eu não estou nada contente, queria provar as banitsas. E estava a falar com aquele grupinho de búlgaros, das fotos anteriores. O Michael fala bem inglês, e ia traduzindo a nossa conversa para o resto do grupo. Entretanto a Viktoria disse-me que tinham chegado o Voin e a Nia, de carro, e que o Hristo ficou com eles. Os três estavam esperançados de que conseguiriam provar as banitsas. Eu voltei para trás, fui ter com eles, e fui a correr. Eis que os apanho já a fechar a porta do carro, estavam a ir-se embora também. Nem tive tempo de pensar nada. Entrei no carro e regressei a Lom com eles.
Hoje arrependo-me. Arrependi-me logo no momento, de facto. Eu queria ficar lá, e não tive tempo de pensar. O Michael falava inglês, haveria de ajudar-me com os comboios, para eu regressar sozinha. Está tudo em cirílico. Quase ninguém fala inglês. Eu tenho que usar o Google Translator, no telemóvel. Se porventura fico sem bateria, ou sem internet, não consigo falar com ninguém. Mas enfim, nem que eu tivesse que mostrar a foto da palavra “Lom” em cirílico, no meu telemóvel, até para comprar o bilhete.
Enfim, assustei-me, não estava à espera de separar-me do grupo. Isto teria que ter sido planeado na véspera, com mais calma. É este o inconveniente de viajar em grupos; se estivesse sozinha teria que desenrascar-me sozinha, e já teria estudado tudo. Foi confortável, assim, não pensei em nada, não planeei nada, pendurei-me no grupo e segui o seu rumo. Mas o meu rumo era outro.

Já estou no centro, e sozinha. O Voin e os restantes foram almoçar num restaurante com comida a peso, perto do atelier do Svetli. Para mim ainda é cedo para almoçar, fui-me embora a pé para o hotel. O Voin vai-se hoje embora, tem outros projetos, vai estar um mês na Islândia, e como tal despedimo-nos. Lá se foi o meu companheiro da praia e das fotos.

A Mariane já vai bem avançada no seu mural. Fiquemos com a sua apresentação feita pela Water Tower Art:
“Mariane Mazel (França) tem como foco do seu trabalho artístico a mulher. Ela pinta personagens femininas que chama de “Demoiselle” e através da sua personagem fala sobre mulheres poderosas que fizeram coisas extraordinárias. Como Alice Guy, a primeira realizadora e produtora de cinema; Jane Godall, que dedicou a sua vida aos macacos; Vera Rubin, astrónoma, que fez pesquisas sobre buracos negros. Frida Kahlo…
Através das suas “demoiselles” ela também conta histórias. Mariane inspira-se na mitologia, nos contos das histórias aos qudradrinhos… para colocar a mulher no centro das atenções. Sempre com delicadeza e elegância, às vezes com um toque de humor poético, ela fala da mulher.”
Mais tarde, no Instagram, a Mariane viria a explicar esta sua pintura:
“Inspirei-me durante esta residência artística em Lom, junto ao Danúbio, nas “Cegonhas”. Eu via uma todos os dias em frente à nossa residência, que vivia à beira do Danúbio. Quanto aos girassóis, quando vinha de Sófia para Lom, no caminho vi muitos girassóis, o que me inspirou as Demoiselles”.

A Kat e a sua paixão por melancias!

Do lado esquerdo é frango com batatas, que comprei no supermercado. Tem um tempero muito peculiar, búlgaro (e bom). Os ovos e o tomate foram disponibilizados pela residência. Desta vez cozinhei só para mim, não estava mais ninguém no terraço. São agora 12h16. Nem consegui comer isto tudo, ainda guardei parte do frango no frigorífico; ficou para o almoço do dia seguinte.

Alguns donos são inseparáveis dos seus carros… Estes também fazem praia!

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