11 – 7º dia, viagem de comboio

São 5h56. Hoje é domingo, há mais pescadores.

A Maya trabalha aqui, cumprimentamo-nos quando nos cruzamos. Falamos através do Google Translator. As nossas conversas são silenciosas, portanto. Ela escreve em búlgaro no telemóvel, e o Google Translator traduz para inglês. Eu escrevo em português, e a aplicação traduz para búlgaro. Agora a Maya está a fotografar a minha pintura do Krisko. Ela acha graça que eu tenha pintado a patinha do gato.

Este é o marido da dona do hotel. Que toma uma cafezinho e fuma um cigarro, às 6 da manhã, noutra parte do terraço. Agora só tive coragem para fotografá-lo à socapa, de costas, quando se ia embora. Ele deu conta do flash e do clique da máquina, virou-se para trás, para ver o que se passava, mas já foi tarde, eu já estava a pisgar-me.

Este desgraçado desapareceu. Entenda-se: eu fi-lo desaparecer. Pintei por cima. Isto começou a descarrilar, eu já não estava contente e adeus, bye-bye. Ficou esta fotografia de recordação. Eu estava decidida a pintar as criaturas aladas do Danúbio, mas elas não deixaram. Se a residência tivesse mais dias, não me escapariam.

A obra do Voin, feita de lã, que irá ser apresentada na exposição final. O Voin a esta hora está a dormir, deixou a peça aqui no chão, e aqui vai ficar até ao dia da exposição.

Vai haver uma competição de banitsas na vila de Staliiska Mahala. As banitsas são folhados, doces ou salgados, tradicionais. Somos cinco elementos da residência artística a ir de comboio. Vamos apanhar o comboio às 9h56, numa viagem que dura 12 minutos.

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