Dia 28 – Dia inteiro de estúdio – preparação da exposição final
Hoje é domingo, 28 de julho de 2024.
Acordei às sete da manhã, dormi sete horas.
Amanhã chega uma nova artista para o apartamento do lado, irei recebê-la e dar-lhe as chaves.
Tenho que montar a minha exposição. Recebi muitas respostas positivas sobre virem visitá-la.
São 7h35.
Estão 14 pinturas terminadas e 5 em progresso, em cima da mesa. Se porventura ainda terminar alguma das que está em progresso, tentarei enquadrá-la na parede junto às restantes, nas pontas. Estarão todas coladas com fita-cola, será complicado descolar tudo e voltar a colar. Põe em risco a integridade do papel, colar e descolar frequentemente.
Precisarei de pendurar as pinturas em alturas mais baixas, porque vão estar crianças presentes.
Já estou a começar a gastar a comida que tenho – queijo (ainda tenho um pedaço do queijo que trouxe de Portugal!!) iogurtes, três ovos, dois tomates. Dentro de três dias termina a residência e regresso a Portugal. Ainda está ali um pedaço do sweet sujukh que trouxe de Tatev.
Eles olharam um para o outro: o cão desconfiado da criança, e até abrandou o passo, e a criança desconfiada do cão. Mas lá se cruzaram.
Um funeral!
O carro da polícia militar vai à frente. Em segundo lugar vai um carro com a fotografia da pessoa que morreu.
Polícia militar. A procissão de carros demorou muito pouco tempo: dez minutos apenas. Foram para ali e voltaram em dez minutos. Muitas pessoas foram ver, e eu ia também, mas foi tão rápido que nem tive tempo de nada.
A minha vizinha do 1º andar: a Gemma, que apareceu na crónica 1. E o seu neto Narek. O Narek quis jogar xadrez comigo, mas as peças estão noutra posição que eu não conheço. Comeu-me logo a rainha. Eu vim bater-lhes à porta para convidá-los para a minha exposição, amanhã. A Gemma tem o meu telemóvel na mão, está a ler o convite no tradutor Google.
Às 17h30 começam os relâmpagos, trovoadas e chuva torrencial.
Pão, 110 drams (0,26€).
Acrescentei mais uma pintura, a primeira do lado esquerdo, que entretanto ficou terminada. Vai para exposição ainda molhada.
É difícil para mim, nesta etapa, fazer uma avaliação fria, técnica, das pinturas aqui presentes, pelo forte valor sentimental que algumas têm para mim, por evocarem episódios que ocorreram durante esta viagem. As pinturas nem sempre são assim tão abstratas como parecem. Muitas têm um significado e contam uma história.