Dia 24 – Viagem ao sul da Arménia – Halidzor & Old Khndzoresk

Hoje é o dia da grande viagem para o sul. Tenho um hotel marcado em Halidzor.
Hoje é 4ª feira, 24 de julho de 2024. O 4 é o meu número da sorte; com tantos quatros nesta data, é bom que o dia corra bem. Regressarei a Mush na 6ª feira à noite.
Quero andar no famoso teleférico que existe entre Halidzor e Tatev, que até nas notícias em Portugal apareceu, em 2010: “O maior teleférico do mundo, com uma distância de 5,7 quilómetros, foi inaugurado ontem na Arménia.” – diz o Diário de Notícias¹.

Despertar às 4h35.
Vem um táxi partilhado buscar-me entre as 6h10 e as 6h20. Desta vez marcou-mo a Milena, dado que me foi retirado o acesso à app dos táxis partilhados, conforme contei na crónica 18. A Milena vai receber uma chamada do taxista, quando este chegar à minha porta, e ela vai mandar-me uma mensagem para eu descer os cinco andares, nessa altura. Pobre Milena, a ter de acordar a esta hora, só posso agradecer-lhe a paciência.

Às 5h45 estou despachada e aguardo.
Eu estou a usar uma vela porque não me apetece ligar as luzes fortíssimas e brancas do estúdio, conforme expliquei na crónica 3: estas luzes estão preparadas para algum artista trabalhar à noite, se assim o desejar. Fazendo-me falta uma luz fraca, amarela, para a noite, comprei velas aqui em Mush.
E o paninho da Leila, que esta me ofereceu na crónica 8, continua a servir todos os dias.

São 6h16, o meu táxi partilhado chegou, e sou a primeira passageira. A viagem tem um preço fixo para cada passageiro: 1500 drams (3,57€).

A polícia sempre a patrulhar, sempre de luzes acesas. Sempre que estão de serviço, têm as luzes acesas. Este carro está aqui parado, junto ao meu prédio, a observar o movimento matinal.

Hoje o meu taxista chama-se Aram e tem 30 anos, é muito simpático e descontraído.

Foi o taxista Aram quem me tirou esta foto. Estivemos aqui algum tempo parados à espera da segunda passageira, que chegou às 6h41, já tarde. Eu tenho uma marshrutka (um minibus) para apanhar às 9h, em Yerevan, e estou nervosa com isto. É suposto chegar às 8 a Yerevan, apanhar o metro e estar às 8h30 na South Bus Station, onde a marshrutka me espera. A Milena reservou-me o lugar pelo telefone, ontem, e eles pediram para eu chegar às 8h30. Tenho receio de não conseguir garantir o meu lugar, se me atrasar.

O taxista Aram fez uma condução perfeitamente cuidadosa – fomos a 80 à hora, grande parte do tempo, com todos os carros a ultrapassarem-nos. Eu cada vez mais nervosa. E o melhor de tudo é que deu música portuguesa no carro. Parece-me que era um CD seu, onde tinha misturadas músicas arménias (pareceu-me) e portuguesas “pimba”. Passaram duas músicas portuguesas, uma delas dizia “Agora estás com ele, mas pensas em mim”. Nem me atrevi a dizer nada, porque o taxista Aram, na sua simpatia, trava para conversar e atrasa-nos. E temos de falar pelo tradutor Google, é necessário escrever. Foi sempre a falar com a passageira de trás. Éramos apenas nós duas.
O ar quente vai ligado. Como veem, não sou só eu que tenho frio, apesar de estarmos em julho. Eu tenho um pullover 100% lã, com outra camisola por baixo.

Chegámos às 8h10 a Yerevan, à estação de metro Barekamutyun, que eu já mostrei na crónica 16. Agora preciso de fazer cinco estações de metro até Sassountsi David, onde fica a South Bus Station. Foi a Milena quem me ensinou isto – que a estação de autocarros fica nesta estação de metro. O taxista Aram despediu-se de mim com um toque de punhos (ou seja, com o punho fechado, batendo no meu punho fechado também). Como é que a empresa Yev-Yev pode hostilizar os seus clientes estrangeiros, de língua inglesa, com motoristas tão acessíveis e generosos. (Mas nem todos são assim). (É como em todas as profissões do mundo, diria eu).

A estação de metro de Sassountsi David.

A viagem de metro durou 20 minutos e cheguei às 8h30 à South Bus Station, pontualíssima. Fica mesmo à saída do metro. Perguntei a uma rapariga, que estava a ser atendida num quiosque, onde está a marshrutka para Goris. Basta dizer “Goris” – só há uma marshrutka para aqui. Ela gentilmente levou-me mesmo ao local onde a marshrutka estava estacionada.

A marshrutka 607. Goris é a última paragem, felizmente.

O escritório, nas traseiras da marshrutka, onde se tira o bilhete. Pela primeira vez, em 24 dias, tenho um bilhete. O preço está afixado em cima da mesa: 3000 drams (7,14€) a partir da 15ª paragem. Na internet diz que são 2500.

Partimos às 8h57. A viagem dura 4 horas.
Eu sentei-me à frente, mal cheguei, e o motorista mandou-me sair. Pelo que percebi, não quer ninguém à frente.
Depois eu quis deixar o meu saco na parte de trás da carrinha, onde as outras pessoas estavam a deixar as suas coisas. Ele não deixou. Tenho que levar o saco junto a mim. Estou a viajar novamente com um saco de plástico na mão, é verdade, tal como quando fui a Yerevan. A minha mochila laranja é grande demais, e a mochila azul é pequena. Ainda por cima, só posso ir para o hotel às 17h, vou ter que andar a passear com o saco, e garantidamente não quis vir carregada com a mochila grande.
Entretanto todas as pessoas foram-se sentando atrás, e eu fui também. Depois o motorista queria que eu me sentasse num dos bancos de dois lugares. Já está a abusar – eu disse que não e sentei-me num dos bancos únicos, com apenas um lugar.
Mas levantei-me e fui lá fora mostrar-lhe uma mensagem que eu escrevi no tradutor Google, em arménio: eu quero tirar fotografias durante a viagem. Ele riu-se e não disse nada. Eu voltei para o meu lugar e desisti.
Depois o funcionário que estava na bilheteira espreitou para dentro do autocarro e chamou-me. Mandou-me sair do autocarro. Isto está complicado…
Mandou-me sentar à frente.
Depois eu quis colocar o cinto de segurança, e o motorista não deixou. Já o taxista Aram também não queria que eu pusesse o cinto, eu é que fui muito rápida e pu-lo. Quando passa a polícia, fingem que têm o cinto posto, puxam-no para a frente.

O imponente monte Ararat, que apresentei na crónica 3. O pico mais alto tem 5.137 metros de altitude.

A minha marshrutka e o meu motorista.

São 10h47. Não me apeteceu comer nada.

Passámos pelas grutas de Noravank, têm a entrada mesmo junto à estrada, e estavam turistas a entrar. Vi muitas vinhas e fábricas de vinho, para os turistas visitarem também.

São 12h44, chegámos a Goris.

Vinham dois turistas dentro da minha marshrutka, e eu só soube no final. Este rapaz é italiano e chama-se Luca. A sua mãe é dos países de leste (ele disse-me o país exato, mas eu esqueci-me), e ele sabe falar um pouco de arménio, a língua é parecida, explicou-me.
Aquela senhora é russa e não fala inglês. Vai voltar já na marshrutka das 15h para Yerevan.
Eu perguntei ao Luca se ele porventura vai agora para Old Khndzoresk, o meu próximo destino, para dividirmos o táxi. Eu ainda queria almoçar, ou comer qualquer coisa, mas este homem da foto é taxista e tratou de apressar-nos: leva-nos a Old Khndzoresk por 5000 drams (11,90€). Perguntou-nos se queremos ir para Tatev, ou para Old Khndzoresk, e eu repeti: “Old Khndzoresk”. O Luca não sabe o que é isto, não sabe que existe lá uma enorme ponte suspensa, para visitar, com habitações rupestres. Está visto que não passa algumas horas a estudar, como eu faço. Mas acedeu, disse que vinha comigo e que dividíamos o táxi. E de seguida iríamos para Halidzor, onde ele quer apanhar o teleférico para Tatev (o seu hotel fica aí) e eu tenho o meu hotel em Halidzor. Maravilha – assim dividimos as despesas dos táxis, e adicionalmente eu estou interessada em perguntar-lhe sobre experiências de viagem aqui na Arménia, como viajante solitário. Se bem que ele compreenda um pouco o arménio, é completamente diferente da minha experiência, que uso a língua inglesa (ou não uso nada – uso o tradutor Google – porque quase ninguém fala inglês na Arménia).

Todas estas localidades que eu referi podem ser vistas no mapa acima, na primeira imagem desta crónica: Goris, Khndzoresk, Halidzor e Tatev.

Para grande surpresa minha, o taxista trouxe-nos a Halidzor. Nós repetimos várias vezes: Old Khndzoresk, 5.000 drams. 2.500 para mim, 2.500 para o Luca. O taxista desobedeceu deliberadamente às nossas instruções e trouxe-nos a Halidzor, a ponta oposta de Khndzoresk. E eu viria a perceber mais tarde porquê: porque a estrada para Khndzoresk é pavorosa, de terra e buracos, com vários quilómetros nestas condições, e o pequeno carro dele não aguenta.
Se repararem no mapa que consta na primeira imagem desta crónica, Khndzoresk fica para o lado esquerdo de Goris, e Halidzor fica para o lado direito. São 16 km de distância entre Goris e Khndzoresk, e outros 16 entre Goris e Halidzor – em pontas opostas. Neste momento estou em Halidzor, a 32 km de distância de Khndzoresk.
Eu fiquei furiosa. Eu tinha estudado isto tudo, sabia as distâncias, os preços médios, e sabia que era preciso visitar primeiro Khndzoresk, para evitar tempo perdido, para trás e para a frente – e acima de tudo, dinheiro em táxis, que aqui são mais caros, não são os Yandex Taxis da cidade. Aqui não existem Yandex táxis, nem taxímetros, estamos à mercê do preço que os taxistas dizem, e a salvação é que há sempre alguma informação na internet que nos diz os preços médios, para não sermos redondamente enganados. Os preços são acordados antes de entrarmos no táxi, e eu sabia que 5.000 drams era o preço indicado para qualquer um daqueles destinos: Khndzoresk ou Halidzor, dado que a distância é igual, desde Goris.
Recusei-me a pagar a minha parte da viagem: 2.500 drams. O Luca disse que por ele estava tudo bem, e que agora apanha o teleférico e vai para Tatev, onde tem o hotel.
O taxista veio atrás a de mim a pedir-me o pagamento. Eu recusei.
Entretanto, nem eu própria percebo bem o que se passou aqui: eu disse que dividia a despesa com o Luca, dos seus 2500 drams – mas era com o intuito de agora dividirmos a despesa do novo táxi até Khndzoresk. O Luca, no entanto, diz que está contente com a viagem. Se o Luca ficou contente com a viagem e segue o seu caminho normal, então ele deveria pagar a totalidade ao taxista. Porque eu agora vou ter de pagar outro táxi para fazer 32 km de volta para Khndzoresk. Mas não, o Luca não pagou a totalidade do táxi, ainda aceitou uma nota de mil drams minha, e pisgou-se em poucos minutos, meteu-se num teleférico e nunca mais o vi. Bom, a viagem de 5.000 drams ficou-lhe em 1.500, ele ficou contente. E nunca mais vi esta alma.
Fui enganada por um taxista arménio e por um turista italiano, portanto.

E agora estou no átrio da bilheteira do teleférico, e não quero ir para Tatev. O bilhete do teleférico custa 6500 drams (15,48€), e o mesmo para regressar. São 31€, ida e volta, estas coisas têm que ser bem planeadas. O meu hotel fica aqui em Halidzor, eu tenho um passeio programado de um dia inteiro, amanhã, no teleférico e outros locais, não me interessa agora gastar tempo e dinheiro para ir e voltar. Ainda tenho que fazer 32 km para ir a Khndzoresk, e outros 32 para regressar aqui, onde tenho o hotel, depois de um dia inteiro fechada em carros, desde as seis da manhã. Já nem sei se desista disto.

Eu gritei tanto no átrio desta bilheteira, ao taxista que me pedia o dinheiro, tão furiosa, que se reuniram umas dez pessoas à nossa volta a tentar perceber o que se passava, e a tentarem ajudar e resolver o conflito. OLD KHNDZORESK! NOT TATEV! – gritava eu, furiosa. Vieram tradutores do inglês e do arménio, para mediarem o conflito. Cercaram-nos, e eu fui explicando, e o taxista foi falando, e todos perceberam a história. O taxista, então, percebendo que cometeu um erro mais grave do que pensava, na sua ligeireza de trazer todos os turistas ao teleférico, ofereceu-se para me levar gratuitamente a Goris. E aí eu poderia apanhar um táxi para Khndzoresk. Reparem: ele não quer mesmo ir a Khndzoresk. Eu terei que apanhar outro táxi para lá ir, pois ele não faz esse caminho.
Eu recusei. Era só o que faltava: ainda ele me leva para outra cidade qualquer, em vez de Goris. Virei-lhe as costas e fui-me embora. As pessoas dispersaram. O taxista meteu-se no carro e foi-se embora também.

Este táxi está parado à saída do teleférico. Perguntei ao motorista quanto leva para ir a Old Khndzoresk, e depois voltar aqui a Halidzor. 20.000 drams (47,62€). É o preço correto – 5.000 para todos os lados, mas o valor é tão alto, e com certeza poucos querem fazer uma viagem destas, para trás e para a frente, que negociei para 17.000 (40,48€).
Lembrem-se que eu estou furiosa, não há sorrisos neste momento, e as minhas palavras são duras, com este taxista, que não tem culpa nenhuma do que se passou. Mas eu expliquei-lhe que fui enganada por outro taxista; ele sabe o porquê de eu estar maldisposta, e efetivamente foi-se desdobrando em atenções, para ver se eu me acalmava. Eventualmente até assistiu à gritaria na bilheteira. Posteriormente, depois de pararmos, pegou-me na máquina fotográfica para eu entrar no carro; depois eu escorreguei na terra, e agarrou-me no braço, para eu não cair. Fomos a quase a 100 à hora até Old Khndzoresk. Maravilha.

O taxista Matvei.

O taxista Matvei perguntou-me se eu me importava que ele abastecesse o carro. Eu acedi. É gás, é obrigatório afastarmo-nos, tive que sair do carro. Durou uns 15 ou 20 minutos, mais do que eu esperava.

Os cães por aqui não têm a mesma sorte dos de Mush 2, este está esquelético.

Que dó, ver este animal a pedir comida às pessoas que passam nos carros. Eles não tinham nada para lhe dar, nem eu. Ela acabou por deitar-se no chão, à espera, mas eles foram-se embora.
Os animais abandonados são um problema na Arménia. É cães por todo o lado, mais cedo ou mais tarde será necessário começar a regular isto, e adicionalmente o sofrimento animal é prejudicial para a imagem do turismo.
Eu, que estava maldisposta, maldisposta continuei, com imagens destas.

O taxista Matvei a pagar. São agora 14h41.

Monumento “Velhos Sinos de Goris” (“Old Bells of Goris”, como é mais conhecido). O taxista Matvei diz-me que no regresso iremos parar aqui.
Este monumento foi construído em 1985 e serve como portal de entrada na cidade de Goris. Em 1996 foi destruído, e em 2018 foi reconstruído, quando Goris foi a capital cultural da CEI (Comunidade dos Estados Independentes, uma organização que envolve 9 países que antes integravam a extinta União Soviética). É feito de pedras porosas de origem vulcânica.²
Podem ver-se imagens da sua versão antiga no site que aqui cito.

São 15h12 e finalmente cheguei a Old Khndzoresk. Já se veem as grutas das habitações rupestres; estão a 1.580 metros (5.180 pés) acima do nível do mar.

Já estou a ficar mais contente.

Ao procurar informações na internet sobre estas grutas, encontrei um website turístico e sério, pela primeira vez (ou seja, cultural e não comercial, e com informação fidedigna): “My Armenia”, um projeto colaborativo entre o povo arménio, a Smithsonian Institution e a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional). A Smithsonian Institution, localizada nos EUA, é um dos maiores e mais respeitados complexos de museus e instituições de pesquisa do mundo. Este projeto do “My Armenia”, começou em 2016, e ainda lhe falta muita informação – fiz umas breves buscas para perceber o que tem ou não tem, e alguns dos mosteiros e basílicas que visitei na província de Shirak (onde se situa Gyumri), à data de hoje ainda não constam (estou a publicar esta crónica em agosto de 2024). Mas já existe um website turístico e sério em andamento, é bom. Até passeios de bicicleta pelas aldeias arménias ele refere. Sobre estas grutas, o “My Armenia” diz o seguinte:

“Totalmente habitada por volta dos séculos XVII e XVIII com mais de 8.000 moradores — e parcialmente habitada até 1958 — Old Khndzoresk já ostentou casas, escolas, fábricas de queijo, igrejas e até mesmo um bar onde os moradores podiam socializar à noite.”²

O site “My Armenia” continua:
Existem aproximadamente 2.000 habitações rupestres, algumas notavelmente preservadas com o mobiliário original intacto. Cada uma destas habitações em cavernas pode ter abrigado entre 12 e 25 pessoas, dependendo do status económico da família. O tamanho de cada habitação dependia das necessidades da família e da posição das rochas. Ao explorar as diferentes divisões da casa, deve-se admirar o trabalho dos mestres construtores de cavernas, que eram artesãos altamente respeitados na comunidade.
Como muitas das grutas foram escavadas umas sobre as outras e ao redor delas, os habitantes precisavam de um sistema complexo de cordas e escadas para chegar a muitas partes da sua comunidade. ³

Isto foi só para a fotografia, mas é mesmo espetacular, com a ponte ao fundo. Não resisti a esta tentação puramente turística e popular: 300 drams para tirar esta foto no cavalinho (0,71€).

Já estou contente outra vez. Digam lá agora, que já viram Old Khndzoresk, se eu não tinha motivo para gritar, em Halidzor, quando descobri que o taxista me levou para outro sítio? E o Luca, o turista italiano, nem sabia da existência desta ponte suspensa e destas grutas. Estão a ver a diferença? Viajar é uma arte que requer muito estudo, muitas horas agarrada à internet, a investigar e a planear. Porque não é só Halidzor, é metade da Arménia. E se eu passasse aqui um mês, em Halidzor, muitas mais coisas teria para ver.

A cidade de Goris. O taxista Matvei parou aqui, para eu ver a paisagem e o monumento “Old Bells of Goris”, que se vê numa das fotos acima.

A chegar a Halidzor, onde eu tenho o hotel.

São 16h50 e eu chego ao pequeno Hotel Halidzor, onde estou alojada. Estes são os donos: o Jivan e a Alvart. Fiquei já encantada com o ambiente rural. Não estava à espera, sendo uma zona tão turística, imaginava uma povoação mais sofisticada. Mas é assim mesmo que eu gosto, hei de dar uma volta por aqui. Halidzor está a 1300 metros acima do nível do mar.
Duas noites neste hotel ficaram em 18.000 drams (42,66€), com pequeno-almoço incluído.

São 17h23 e eu finalmente vou almoçar. O Jivan explica-me que o hotel fornece toda a alimentação que eu necessite (e pago no final, claro). Falamos através do tradutor Google – nesta foto o Jivan está a ditar algo no seu telemóvel, para traduzir para mim. Aquele jarro de água é da torneira, mas foi filtrada duas vezes, explica-me. E a garrafa de água tem gás, vim a descobrir. O almoço é um prato tradicional arménio: dolmas, que eu já comi em Gyumri (na crónica 4) mas nessa altura comi dolmas embrulhadas em folhas de videira. Agora estão embrulhadas em couve – que eu gostei mais. Tem carne picada dentro. E estão acompanhadas de um guisado de batatas com legumes, muito bom. Também tenho queijo e salada.

Que grande dia, hoje. O hotel é maravilhoso, silencioso. Finalmente descansei um pouco.


¹ “Maior teleférico do mundo foi inaugurado na Arménia” (17 outubro 2010). Diário de Notícias. Página consultada a 26 de agosto 2024,
https://www.dn.pt/globo/europa/maior-teleferico-do-mundo-foi-inaugurado-na-armenia-1688204.html/

² “Old Bells of Goris” (2 agosto 2018). Construction.am. Página consultada a 26 de agosto 2024,
https://www.construction.am/news/717-monument-old-bells-goris-armenia/

³ “Explore Old Khndzoresk – Armenia’s abandoned cave city” (s.d.). My Armenia. Página consultada a 26 de agosto 2024,
https://myarmenia.si.edu/en/guide/experience/explore-armenias-abandoned-cave-city/index.html

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