21 – A comer banitsas em casa da Zacarina

Ao passar nesta casa, vi esta senhora – que, vim a saber, se chama Zacarina. Parei a bicicleta, como é hábito. Gosto de cumprimentar as pessoas. A Zacarina cumprimentou-me e foi abrir-me o portão, convidando-me a entrar. Ela estava ali junto do frigorífico. Explicou-me, em italiano (viveu oito anos em Itália, disse-me) que está à espera de uma pessoa que vem buscar-lhe o frigorífico. Em todas as línguas, lá nos vamos entendendo. Tudo menos búlgaro, que não percebo patavina.
Entretanto começa a chover. Estou tramada. Encostei a bicicleta à parede da sua casa, debaixo das telhas, e sentei-me nas escadas, onde a Zacarina também estava sentada. Ela entretanto entrou em casa para ir buscar este plástico. São agora 10 horas.

E agora somos duas à espera do homem do frigorífico.
Repare-se que eu estou com o olho direito inchado, das picadas das melgas de ontem, no Danúbio.

Chegou o homem. Entretanto parou de chover.

E entretanto começa a chover torrencialmente, outra vez com relâmpagos e trovoadas. Estou mesmo tramada.
A Zacarina convidou-me a entrar em sua casa. Eu escrevi no Google Translator que não quero incomodar. Posso esperar sentada nas escadas; ali não me molho. A Zacarina fez sinal que não, que não incomodo nada, e mandou-me entrar. Perguntou-me se quero beber café. Eu respondi que já tomei o pequeno-almoço. (Isto tudo num misto de italiano e Google Translator).

As pessoas descalçam-se à entrada. E eu tenho que descalçar-me também, claro, porém eu tenho frio nos pés, e sei de experiência própria que adoeço rapidamente quando ando descalça em chão frio. Será com certeza uma falta de hábito do meu organismo, mas eu sou extremamente friorenta. Depois de explicar isto no Google Translator, e de perguntar, adicionalmente, se a Zacarina não tem umas meias velhas, trouxe-me estas, bastante quentes (para grande alegria minha).

E a Zacarina também tem o ar condicionado ligado. Eu tenho frio, não aguento isto muito tempo. Então a Zacarina foi buscar-me um quispo sem mangas. Estou vestida como no outono, mas pronto; está a chover torrencialmente e a temperatura desceu bastante, já está bem longe dos 38°C / 100,4° F habituais.
Felizmente faltou a luz – com os relâmpagos e as trovoadas, a luz foi-se. E o ar condicionado desligou-se. E eu tirei o quispo.

É desta!!!! É desta que vou provar as banitsas búlgaras!!! Estas foram feitas pela Zacarina, e estavam bem boas – estas são salgadas, têm queijo dentro. Há banitsas doces. E também bebi um pouco de leite frio, depois da Zacarina me oferecer vários tipos de bebidas.
E assim já não me vou embora da Bulgária sem provar uma banitsa!! E com um olho inchado das picadelas das melgas do Danúbio… É uma experiência total, aqui em Lom.
A Zacarina está ao telefone com a filha, que tem 47 anos, e está a rir-se ao contar-lhe que tem uma visita inesperada em sua casa, a comer-lhe as banitsas.

São agora 11h03 e eu prossigo caminho, já parou de chover. Passei uma hora com a Zacarina, e agradeci bastante a sua gentileza, bem como a banitsa (a Zacarina queria que eu comesse outra fatia, mas eu estou satisfeita do pequeno-almoço que tomei no hotel, não estou capaz de comer muito agora, pelo que me fiquei pela primeira fatia). E ainda me ofereceu as meias.
A Zacarina disse-me que existem muitos cães aqui, e que poderão atacar-me. Eu fiquei com medo. Ainda estivemos algum tempo a trocar impressões no Google Translator – eu escrevia, a Zacarina não, ela ia falando em italiano comigo – sobre caminhos alternativos para o cemitério. E então eu perguntei: mas as pessoas não andam a pé, nesta vila? São todas atacadas?
Enfim, lá decidi que iria fazer o caminho definido pela aplicação Maps.me, e logo veremos. Estou no meio de casas, alguém há de acudir-me.

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