092 – Esta sim, foi uma Grande Aventura

A agência de viagens, desde que cheguei a Delhi, há treze dias atrás, mostrava-se muito reticente com este safari de camelo. Não sabiam se eu ia aguentar as altas temperaturas. Tem feito uma média de 44° diários, e no deserto fazem mais.
Estavam tão apreensivos e receosos que me estavam a deixar a mim nervosa também.
Bom, eu quero fazer este safari de camelo, de um dia inteiro, com pernoita em pleno deserto, em tendas. Faço questão mesmo.
Vamos a isso.

Se bem se recordam, cheguei a Nokha à hora de almoço. O safari apenas iria começar às 17.30h, pelo que descansei neste quarto entre as 15 e as 17h. Na realidade eu não queria descansar, não estou nada cansada, mas é a hora do calor, toda a gente se recolhe e não me deram outra alternativa. Afinal de contas estava na casa do médico e da sua família, bastante reservada, por sinal. Não estou num hotel.
Fazia tanto calor, sem ar condicionado, que os fones nos ouvidos me queimavam. Tudo estava quente. Muito gostava eu de saber o que é estar em cima de um camelo a atravessar o deserto durante várias horas seguidas.
Mas já irei saber…

Em toda a viagem estas foram as condições mais modestas em que me encontrei. Estou apenas de passagem, entenda-se. Vou partir de camelo e pernoitar em tendas no deserto. Aí vai ser pior, claro, nem casa de banho há, já é muito bom ter esta agora. Portanto, antes de partir, lavei-me de balde… Começou bem, esta jornada de camelo, e mal sei eu o que me espera.

A única foto que tirei, da família e da casa. Eu já me habituei à festa das pessoas – dos indianos -, quando me convidam para visitar as suas casas, e estranhei bastante o comportamento um pouco fechado desta família que habitualmente recebe turistas. (Será que não recebem assim tão habitualmente?)

Aí está o meu companheiro. É este camelo que vai transportar-me deserto fora.

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