076 – Jeep Safari pelo Deserto de Thar

Continuando e terminando a história das agências de viagens. No dia 3 de novembro de 2008 enviei 48 emails, após pesquisa efetuada na internet sobre agências de viagens na Índia. Ao fim de algum tempo recebi de volta cerca de vinte programas. Desses vinte, cinco tinham interesse e foram colocados de parte. Cada programa tinha várias páginas, às vezes mais de quinze, e antes de mo enviarem as agências colocaram uma série de perguntas. Não fiz mais nada durante dois meses senão responder às questões das agências, que tentavam desenhar-me um programa a gosto, colocando-lhe novas questões eu própria, e ler extensos programas sobre terras e monumentos que nunca vi.
Um programa destacou-se enormemente, mas era o mais caro também.
Em janeiro tinha-me decidido por este mesmo, depois de discutidos e alterados três mil pormenores. Foram trocados também três mil emails, portanto.
Respirei de alívio. Já tenho programa. Passados quatro meses após o início das pesquisas, tenho finalmente um programa.
Resta agora uma parte não menos delicada: garantir a fidedignidade da agência. Afinal de contas só tenho um link na internet. E tenho a estado a trocar emails com alguém que não sei quem é.
Estava completamente decidida a abandonar todo o projeto, apesar do trabalho que tinha dado nos últimos quatro meses, se a agência escolhida não apresentasse referências.
E agência apresentou-as. Enviou-me um documento Word com dez páginas, com contactos de pessoas que viajaram com eles. Escolhi cinco endereços de email, exclusivamente de empresas. Os gmails, hotmails e afins ficaram de fora. Contactei cinco pessoas em cinco empresas: Pirelli, Fujitsu, Singnet, Microchip e Amadeus. Todos estrangeiros, não constava nenhum endereço de empresas em Portugal.
Foi com muita expetativa que enviei estes cinco emails. Afinal de contas estou agora nas suas mãos, nas mãos de gente desconhecida, que não sabem quem eu sou, e que podem nem sequer responder. Eventualmente já nem trabalham ali. Quatro meses de trabalho intenso e um programa espetacular podem agora ir-se por água abaixo.
E eis que todos os cinco me responderam prontamente. Muito gentilmente, sem exceção, e rapidamente. Um era o diretor de marketing na Amadeus. Outro era o chief administrative officer na Pirelli. Outra era design manager na Microchip. E os outros dois colocaram apenas o nome.
E todos me responderam:
Sim, a agência existe. Sim, correu tudo bem. Sim, recomendamos.

Foi um dia de festa, este, em fevereiro, e a minha satisfação não tinha limites. Quatro meses de trabalho findaram agora. Pelo menos a parte do programa, pois agora vem a parte dos voos, das vacinas, dos vistos, dos últimos arranjos antes da partida. Até com o relógio de pulso andava às voltas, recordemo-nos.
Grande viagem à Índia vou fazer, em maio deste ano, 2009.

Conforme diz a Wikipédia:
Situado na sua maioria no estado de Rajastão, o deserto de Thar estende-se por uma área de 805 km de comprimento por 485 km de largura. O terreno é formado por colinas de areia onduladas, entre as quais emerge uma vegetação dispersa, acompanhada por elevações rochosas. As temperaturas ascendem até os 52,8 °C em julho. Em 1974, a Índia detonou sua primeira bomba atómica na zona mais despovoada do Thar.¹

Neste safari de uma hora, vi antílopes e perdizes. Visitei igualmente as casas feitas de lama e bosta, das tribos locais.


¹ Wikipédia (s.d.), “Deserto do Thar”. Página consultada a 4 de Outubro de 2009, <http://pt.wikipedia.org/wiki/Deserto_do_Thar>

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