85 – De metro em Buenos Aires

A complexidade da cidade de Buenos Aires requer um sistema de transportes e de acessos à cidade igualmente complexo e extenso. Existem atualmente cinco linhas de metro que totalizam 48,9 km; uma sexta em construção; e três outras projetadas. As cinco linhas foram construídas entre 1913 e 1944, estão denominadas de “A” a “E” e são identificadas com cores.

A linha vermelha (B) é de 1930, tem 10 km e 15 estações.
Nessa altura, em 1930, encontraram-se restos de mamute e de mastodonte durante as escavações. Encontraram-se igualmente restos de gliptodontes, tanto na escavação da linha B, como na D. Os restos encontrados na linha D estão expostos na estação Juramento da mesma. Os três gliptodontes encontrados na linha B estão expostos na estação Tronador. Todas estas descobertas foram supervisionadas pelas universidades de La Plata e de Buenos Aires.
Fica uma nota para os gliptodontes: era um mamífero, herbívoro, relacionado através de um ancestral comum com os atuais tatus, e era nativo das Américas. O gliptodonte media cerca de 3 metros de comprimento e pesava cerca de 1,4 toneladas, sendo equivalente em forma e tamanho a um Volkswagen Carocha. Durante milénios, inúmeras dessas carapaças permaneceram vazias ao longo das planícies da Argentina, provavelmente servindo de abrigo para humanos primitivos da região, uma vez que possuíam cerca 4 metros de comprimento por 1,5 de altura; tamanho digno de uma barraca.
Foto de um gliptodonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e8/Glyptodon.jpg

Entrei na estação Carlos Pellegrini, junto ao Obelisco da avenida central (a 9 de Julho) e fiz as 13 estações até ao final, Los Incas.
Saí. Subi as escadas e espreitei para a rua. Estou a 10 km do centro de Buenos Aires, e aqui é que não há mesmo nada para ver… Aventurei-me ainda uns passos e perguntei a uma mulher e a um homem, que falavam na rua, onde estava – mostrando-lhes o mapa.
Debruçaram-se sobre ele, tentando sintonizar-se sobre algum ponto principal (eu ajudei-os apontando para o Obelisco) e a partir daí foram seguindo com o dedo, tentando chegar a Los Incas. Saí do mapa. É verdade, eu estava fora do mapa. Não havia Los Incas no mapa…

Rimo-nos, agradeci-lhes, voltei para dentro do metro, tirei um novo bilhete com os trocos que tinha no bolso e regressei ao Obelisco. Infelizmente não sabia na altura da existência destes três gliptodontes na estação Tronador, pelo que fiquei com isso em falta. Quando lá voltar (hei de voltar a Buenos Aires, com certeza) não perderei os Gliptodontes da linha vermelha.

Mapa das linhas:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ee/Buenos_Aires_metro_map.png

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