50 – Em Calafate – o Glaciar Perito Moreno
Depois de uma porção de dias seguidos sem rede nos telemóveis, chegámos a uma cidade (pequenita) já bastante turística, e consequentemente com rede: Calafate. Lá pusemos as chamadas e os SMS’s em dia. Estamos no 10º dia de viagem e vamos partir daqui na madrugada do 13º dia.
O grande atrativo em Calafate (ou a poucas dezenas de quilómetros) é o Glaciar Perito Moreno, que possui mais de 500 km² de superfície e paredes até 60 metros de altura sobre o nível do lago. Aliás, a cidade desenvolveu-se precisamente por causa do Perito Moreno.
Tenho a dizer que este glaciar teve um impacto muito maior no resto do grupo, do que em mim. Foi outro dos pontos fortes desta viagem – pelo menos para eles. Eu tinha ficado assoberbada com o Viedma, com o seu estado selvagem e a sua imponência. O Perito Moreno está mais trabalhado, mais dedicado ao turismo. Com um acesso mais fácil, via terrestre. Ao Viedma apenas se chega de barco. E não tem bonitos caminhos de madeira para os turistas passarem, nem avisos de que os papéis devem ser deitados no lixo.
Enfim. O Perito Moreno é se calhar mais bonito, mesmo no meio da multidão de gente que chegava de carro e de autocarro. Sem terra misturada no gelo, dá-lhe um ar mais limpinho e de estrela brilhante de cinema para as câmaras fotográficas.
Nevou quase todo o tempo da visita ao glaciar. Mas nevou a sério…
Eu estava a tirar a foto ao cão, que obrigava todas as pessoas que entravam e saíam da loja a passarem por cima dele, e acabei por apanhar um dos raros turistas portugueses com os quais nos cruzámos, o qual por sua vez queria tirar uma foto ao Flávio, que estava a usar um gorro do Benfica, o qual lhe foi dado pelo João, o benfiquista do grupo. (Têm de ler de início, com mais calma, para perceberem bem esta cena…).
De facto este turista português nem era do Benfica, contou-nos, mas ficou tão surpreendido por andar a passear em Calafate e avistar um gorro do Benfica, que quis tirar-lhe uma foto para enviar para Portugal, para um amigo benfiquista.
Nestes grupos de viagens há sempre alguém mais adepto dos “recuerdos”, e neste era sem dúvida a Isabel. Reparem na pintura atrás desta, em pele, alusiva à Cueva de las Manos.
Até eu aproveitei a estadia em Calafate para fazer as minhas compras, no segundo dia, que foi livre. Aproveitei também para dormir. Treze horas. Nada mais nada menos do que treze horas – de noite e no final da tarde, acumulado. Estamos a meio da viagem e eu pus aqui os sonos em dia. Claro que depois me deitei às quatro da manhã, mas borga é sempre borga.
Tirei fotos a alguns bares, bastante interessantes alguns (em nada ficavam atrás dos nossos). Ainda tenho de dedicar algumas destas crónicas a essas fotos.