45 – Um brinde ao Glaciar Viedma

À medida em que o glaciar se move, abranda e levanta blocos de rocha que incorpora no gelo. Este processo acontece porque a água que circula nas gretas do leito de rocha e no fundo do glaciar, congela. Deste modo sedimentos de todos os tamanhos passam a formar parte da carga do glaciar.
Por outro lado pode também acontecer que esta carga de fragmentos rochosos que vai a deslizar atue como uma lixa que alisa a superfície do terreno. A rocha pulverizada recebe o nome de farinha de rocha. Esta farinha é formada por grãos de rocha com dimensões na ordem dos 0,002 a 0,00625 mm. Às vezes a quantidade de farinha de rocha produzida é tão elevada que as correntes de água adquirem uma cor acinzentada.

O avanço ou retrocesso de um glaciar está dependente de fatores naturais ou humanos, sendo estes últimos mais evidentes desde 1850, com a industrialização, já que o efeito notório desta é a produção de dióxido de carbono e o consequente aquecimento global. A organização Greenpeace, entre outras entidades, tem vindo a alertar para o grave retrocesso do glaciar Viedma, bem como os restantes da Patagónia. Estima-se que só nos últimos 20 anos estes glaciares tenham diminuído entre 10 e 20%.

Pequeno riacho de água. O azul no fundo é estonteante.

Brinde delicioso com Baileys temperado com gelo do Viedma.

Assistir a um espetáculo de queda de um bloco de gelo dentro de água é algo… estrondoso! Vimo-lo aqui e tornámos a vê-lo no Perito Moreno. Ouve-se o gelo a rachar, a desprender-se. Todos os olhares se viram, expectantes. E tráááás!

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