2 – Copenhaga

Nos cinco dias que passei em Copenhaga (ou três completos porque o primeiro e o último foram só viagens de avião) tirei 34 fotos, metade delas com o smartphone. Não porque não seja uma cidade lindíssima, mas porque é fácil encontrar fotos de Copenhaga na internet. Também estive em Londres nove dias e aí ainda foi pior: tirei vinte fotos. São destinos muito batidos, facilmente se vêem excelentes imagens na internet. Também sabe bem passear numa cidade sem máquinas fotográficas, sem preocupações de luz e focagem…

Levei a papinha feita de casa, e sabia exatamente o que visitar. Dentro da cidade andei de bicicleta – alugada no hotel – mas fui algumas vezes para destinos mais longínquos, de comboio e autocarro. Comprei o “Copenhagen Card” válido por 72h, o qual dá acesso a uma série de museus, monumentos e atrações, bem como viagens de comboio e autocarro. O cartão é caro, mas vale a pena.

A moeda na Dinamarca (e na Gronelândia) é a coroa dinamarquesa.

Nyhavn (em português: Porto Novo), um dos locais mais centrais e turísticos de Copenhaga. O meu hotel fica a cerca de trezentos metros daqui. É importante ter um hotel no centro, facilita tremendamente as deslocações e os acessos a pé à noite.

Ando agora a fazer uma viagem no autocarro de dois andares “Hop on Hop off”. Fico com um panorama geral e uma noção das distâncias; terminada a viagem poderei então partir de bicicleta para desbravar o resto.
Aqui – numa das paragens do “Hop on Hop off” – está a Pequena Sereia, um personagem dum conto infantil do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen.

Comprei o bilhete ainda em Lisboa, para visitar a sala de concertos “DR Koncerthuset”, ou em inglês: Copenhagen Concert Hall, uma das salas de concertos da cidade.

Esta sala de concertos fica um pouco afastada do centro e aproveitei o “Hop on Hop off” para levar-me até ao mais perto possível. Ainda andei perdida, numas estradas enormes com várias faixas, no meio do nada, até que lá cheguei.

Infelizmente não está nenhum concerto em cena nestes dias que aqui estou, pelo que limitei-me a uma visita do interior.

De regresso ao centro no “Hop on Hop off”, o autocarro de dois andares, e despedi-me deste. A partir de agora é de bicicleta.

A primeira fábrica de cerveja da Carlsberg, uma marca dinamarquesa. Gostei da visita à fábrica, recomendo.
Já ando de mapa na mão a estudar as ruas e os caminhos, na bicicleta.

Foto tirada do topo da “Vor Frelsers Kirke tarn” (Igreja do Nosso Salvador) já no bairro de Christianshavn. Aqui perto há um espaço alternativo chamado “Freetown Christiania”, um bairro semi-legal com uma comunidade independente instalada numa área de quartéis militares abandonados. É um local onde se fazem eventos culturais, e o odor a marijuana é evidente. Muitos hippies e barracas com artesanato à venda. É proibido tirar fotos lá dentro.

Agora um passeio de barco pelos canais de Copenhaga. Está incluído no “Copenhagen Card”.

“Assistẹns Kirkegard”, ou Cemitério Assistens. (Claro que eu tinha de visitá-lo). Fui de bicicleta, logo à primeira hora da manhã, com o mapa no bolso para me ir orientando. Reza assim a Wikipédia:

“Criado há mais de 250 anos, é um cemitério de valor cultural histórico da capital dinamarquesa. Personalidades de destaque da Europa estão aqui sepultadas. O cemitério foi criado em 1760 em frente ao portão norte, fora dos muros da cidade, porque os cemitérios das igrejas estavam cheios. Para as pessoas mais pobres os espaços para sepultamento dentro da cidade eram de custo exorbitante. Foram então criados os denominados cemitérios de assistência (da sua denominação em francês “assistance”, significando ajuda, auxílio). Existem na Dinamarca mais duma dezena de locais com esta denominação.
A partir do final do século XVIII começaram a ser sepultadas aqui personalidades das classes altas, na sequência dum pedido em 1785 dum influente cidadão, escritor, astrónomo e primeiro-secretário da Chancelaria de Guerra, Johan Augustin, que fez um pedido específico para ser enterrado no cemitério Assistenz, sendo logo seguido por outras figuras importantes da elite.
Em 1800 o cemitério tornou-se um local de piqueniques. Em 1813 foi proibido aos coveiros vender bebidas alcoólicas aos visitantes.”¹

A campa do filósofo dinamarquês Kierkegaard. A bicicleta branquinha com um cestinho é mesmo a minha. (Estavam a imaginar-me numa bicicleta de montanha, como é hábito?… São as bicicletas que o hotel fornece e nem discuti. Venha daí uma bicicleta branquinha com um cestinho). E anda-se de bicicleta dentro do cemitério, eu não era a única.

À noite tive um espetáculo de bailado no Royal Danish Theatre. Comprei o bilhete ainda em Lisboa para garantir lugar. Muito bom, uma peça chamada “Take Four”.
Também fui de bicicleta, mesmo sendo à noite. Mas o teatro é no centro, não há problema. Pode ser visto um extrato do bailado no site do Teatro (cujo nome em dinamarquês é “Det Kongelige Teater”): https://video.kglteater.dk/take-four

Repare-se que passei do cemitério de manhã, para o bailado à noite. Não tirei fotos pelo meio. Visitei muitas coisas nestes três dias completos:

  • O Jardim Zoológico (achei fraco, se calhar a grande atração é o urso polar, e esse andava para trás e para a frente em cima das pedras num comportamento obsessivo. Faz-me sempre confusão ver os animais presos, por mais que digam que os zoos servem para preservar espécies. Visito-os para ver em que condições os mantêm. O de Lisboa é muito melhor do que este de Copenhaga, tem os animais em melhores condições);
  • Amalienborgmuseet (Palácio de Amalienborg);
  • Danmarks Tekniske Museum (Museu Dinamarquês de Ciência e Tecnologia);
  • Den Blå Planet (o “Blue Planet” – um aquário que é o maior do norte da Europa. Fui de comboio. Mas o nosso de Lisboa também é melhor);
  • Rosenborg Slot (ou Castelo de Rosenborg, bem no centro de Copenhaga, com uma multidão a visitá-lo, e onde se podem ver as jóias da Coroa expostas)
  • Rundetaarn (ou Torre Redonda – um observatório do século XVII, o mais antigo ainda a funcionar na Europa).
  • Tivoli (uma espécie de Feira Popular, e onde andei na montanha russa, para matar saudades da Feira Popular de Lisboa).

E tinha mais coisas na lista, mas não consegui, nomeadamente o “Frilandsmuseet”, ou em português: “Museu ao Ar Livre”, um dos maiores e mais antigos museus ao ar livre do mundo. Ou a “Tadre Mølle”, o último moinho de água ainda em funcionamento numa vila típica chamada Elverdamsdalen, fundado no século XIV. E muitos outros museus.
Tenho que voltar a Copenhaga para visitar o que faltou.

Hoje fui de bicicleta até à estação de comboios, onde a deixei no meio de outras centenas delas, com um cadeado que o próprio hotel forneceu. São tantas bicicletas, não hão de roubar a minha branquinha com um cestinho.
O meu destino hoje é Elsinore onde vou visitar uma série de atrações:

  • O magnífico Kronborg Slot, ou Castelo de Kronborg, onde se desenrola o Hamlet, de Shakespeare;
  • M/S Museet for Søfart (Museu Marítimo);
  • Øresundsakvariet (e aproveitei para visitar este pequeno “Aquário de Oresund”, um aquário de água salgada que faz parte da Universidade de Copenhaga).

O meu “Copenhagen Card” é válido por três dias e aproveitei-o ao máximo. Tudo incluído, desde o “Hop On Hop Off”, às viagens de comboio.

Cá está uma sandes que nunca mais esquecerei. Acho que foi a melhor sandes da minha vida. Quente, com a manteiga derretida, queijo, presunto, rúcula e umas ervinhas mágicas. Perto do Castelo de Kronborg.

“Færgen Frederiksborg”, ou Castelo de Frederiksborg. Fui de comboio e depois autocarro, dado que é longe do centro de Copenhaga. Este castelo tem um lago e um barquinho, no qual andei, e fui desembarcar nas bombocas da última foto, em Rosenhaven.

Planeei todos os autocarros e comboios num site dinamarquês, muito bom:
www.rejseplanen.dk
(Podem alterar a língua para inglês).
Veja-se o exemplo de ir do centro:
Nyhavn até ao Castelo de Kronborg (Kronborg Slot). Indica que leva 1,20h e sugere que apanhe o metro M2 até Nørreport, e então apanhe o comboio Re 2047 até Helsingør.

Quando chegar à estação de comboios, logo vejo onde está o Re 2047. Há-de estar algures. Posso mostrar o papel com isto escrito – Re 2017 kronborg Slot, e toda a gente me diz logo. (Por esta altura, em 2015, data desta viagem, mal sabia eu que dois anos depois iria andar de bicicleta na China, com tudo em chinês, e a mostrar sms em chinês, no meu telemóvel, com os nomes das terras para onde devo pedalar. Sem ninguém falar inglês. Andar em Copenhaga é uma brincadeira de crianças ao pé da China).

Este planeamento convém ser feito em Portugal. Em Copenhaga, para aproveitar os dias ao máximo, não há tempo para planeamentos e estudos. Convém ir tudo estudado de Lisboa. É só acordar de manhã, tomar o pequeno almoço e sair. Depois logo se vê quantas coisas se conseguem visitar. Se houver tempo para mais alguma, também é preciso ter as atrações divididas por bairros. Se tenho um castelo aqui ao pé, por exemplo, é esse que vou visitar, havendo tempo. Este estudo e planeamento é demorado, pode levar muitas horas efetivamente, mas é compensador e jamais esquecerei estes cinco dias fantásticos em Copenhaga. Correu tudo maravilhosamente bem.


¹ “Cemitério Assistens” (s.d.). Wikipédia. Página consultada a 10 Março 2019,
<https://en.wikipedia.org/wiki/Assistens_Cemetery_(Copenhagen)>

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