093 – Ao Décimo Sétimo Dia… Amanheceu
A rotina é sempre a mesma: 7.30h despertar. Ferver água mineral no fervedor elétrico existente no quarto, deitar fora, pôr nova água e amornar. Beber uma garrafa de água morna logo antes do pequeno almoço. Meio litro. Sabe-me bem e é a primeira garrafa de umas quatro ou cinco, durante o dia.
O pequeno almoço hoje vai ser tomado, a meu pedido, num restaurante turístico já virado para ocidentais. Panquecas, ovo estrelado e bacon frito. Nada saudável, comer fritos logo de manhã, mas enfim, em 25 dias foi o único do género. E ainda uma salada crua, que não comi. Conforme explicado na crónica 8, nós ocidentais, não devemos beber água da torneira (daí eu ferver a água no fervedor e deitar fora – quero eliminar qualquer vestígio que lá haja) nem alimentos crus, como saladas. Portanto a salada ficou no prato, com grande pena minha.
A vista da esplanada do restaurante é soberba: o teatro – agora fechado ao público – que terá sido construído na mesma altura do Templo Xing Jiao, em frente, no século XV. Tão velhinho. Tanta gente que ele viu passar ali. E agora uma portuguesa a comer panquecas. E atrás de mim está um casal holandês. Parece-me que são holandeses. Eu toda besuntada de protetor solar e anti-mosquitos.
Esta noite não choveu. Hoje esperam-me 109 km de bicicleta. Quase todos na bicicleta elétrica da guia, uma maravilha.
Hoje, pela segunda vez, pego na bicicleta elétrica da guia. Esta bicicleta só tem um problema: não tem travões. Ou melhor, tem travões, claro, mas estão a funcionar muito mal. Vou ter de gerir muito bem a situação e mais à frente quase vou ter um acidente por causa disto. Mas o objetivo é subir montanhas com ela. Numa das descidas vi-me mesmo forçada a trocar pela minha, a normal, a qual trava impecavelmente bem.