095 – Almoço e Subida da Montanha em Bicicleta
À uma da tarde chegámos a esta pequena povoação onde vamos almoçar. Tenho até agora 49 km feitos na bicicleta, entre as 9.15h e as 13h. Um bom ritmo, mesmo com muitas paragens pelo meio.
O procedimento habitual: visita à arca frigorífica dos legumes e da carne, para escolher a comida. Eu já não escolho nada, deixo tudo ao critério da guia. Ela sabe que eu como tudo menos picante. Evitar os fritos tornou-se impossível. Tenho de comer fritos, senão só como arroz cozido e água fervida com umas folhas verdes, que nem sei quais são. Com este exercício todo tenho de comer muito mais.
Ao centro, o vegetal com buracos no meio é raiz de lótus. É bastante saborosa, estava bem temperada, e virei a comer mais vezes, durante esta viagem. A raiz de lótus tanto cresce na terra, como na lama. Vejo na internet que é uma boa fonte de vitamina C, vitaminas do complexo B, e minerais como cálcio, potássio, ferro – entre outros – e é usada em todo o sudeste da Ásia tanto como alimento como medicamento. Ervanários chineses usam a raiz de lótus para acalmar o sistema nervoso e fortalecer os pulmões.
Em baixo está carne de vaca picada (com imenso óleo – vê-se no prato à volta). Tiras de melão (que eu não pude comer, com grande pena minha, conforme referido nos cuidados da alimentação, na crónica 8); cogumelos; e sopa de tomate com ovo. Tudo maravilhoso. Só dispensava o excesso de óleo na carne, mas deve ser um prato habitualmente cozinhado assim.
À entrada do restaurante, com os seus donos.
Numa das casas ao lado do restaurante estão a fazer um óleo, que não faço ideia qual é. É o mesmo da crónica 90.
Creio que nesta etapa do campeonato já começa a ser desnecessário pôr legendas neste tipo de fotos… Mas não vá alguém cair de paraquedas nesta crónica: são cemitérios.
A bicicleta elétrica veio revolucionar a minha vida – pelo menos na parte das subidas. Subi estes 20 km de montanha a brincar. A toda a velocidade por ali acima, no modo “normal”. Recordo que o motor elétrico tem três opções: “eco”, “normal” e “sport”. A direito andei no “eco”. A subir passei para o “normal”. Nem cheguei a experimentar o “sport”, para poupar a bateria. Se calhar passava a ser quase uma mota, nem seria preciso pedalar. Fiz ultrapassagens e tudo – ultrapassei dois camiões seguidos, eu atrás de uma camioneta. Uma operação perigosa, nas curvas e contracurvas da montanha, mas se viesse um carro de frente, seria a carrinha a levar com ele. Eu fui escondida atrás, mantendo a possível distância de segurança. Atrás dos dois camiões, a levar com a fumarada, é que não posso ir.
Estou muito sorridente, mas estou cheia de frio. Faz um frio de rachar aqui em cima. O Nong Bu e a guia esperaram dentro do carro, por mim, tiraram-me esta foto quando eu cheguei, e fugimos dali rapidamente. Agora vai começar a descida e irá voltar o sol e o calor.