084 – Bisbilhotando as Aldeias

Seguimos estrada fora; eu na bicicleta, o motorista Nong Bu e a guia na carrinha. Eles vão à frente e esperam por mim. Alguma vez hei de aparecer. A questão é que eu faço três mil desvios da estrada principal. Então passo ao lado das aldeias à minha direita, lá ao fundo, e eu só vou na estrada principal? Claro que não. Volta e meia desvio para a direita e vou espreitar o que se passa por ali.

Um pagode lá ao fundo. Vou vê-lo. Aqui vou fazer um pequeno desvio do caminho principal.

Esta aldeia do pagode está deserta. Vou-me embora e volto à estrada principal.

Agora vou visitar aquela aldeia lá ao fundo. Saio novamente da estrada principal.

Eu ainda com as pernas com vestígios de lama, após a descida dos 15 km na estrada em construção (crónica 82). E reparei que as senhoras mas fixavam. Esta moça anda toda suja, devem ter pensado. (Oh minhas amigas, eu venho de bicicleta… – E ter-lhes-ia contado a história toda, se eu soubesse falar chinês). Quem nos tirou esta foto foi um homem grande e alto, dos seus 35 ou 40 anos. Estava a passar um pouco ao longe e eu chamei-o, mostrando-lhe a máquina fotográfica. Ele percebeu imediatamente e veio tirar-nos uma foto. Era conhecido delas todas, claro. Tirou duas fotos, efetivamente, e esta foi a que ficou melhor.

Ele decidiu experimentar a minha bicicleta, a qual é manifestamente alta para si, e quando deu a curva, para voltar para trás, na nossa direção novamente, vi a coisa mal parada e exclamei “Ai, ai, ai…” As velhotas imediatamente riram-se e imitaram-me – “Ai, ai, ai…”. (Ora esta, elas estão a troçar de mim… E ri-me também).

Bom, os da outra aldeia devem estar todos aqui, a confraternizar. Esta aldeia está cheia de gente. Paro ao pé de todos os grupos que encontro e cumprimento: “Nihao” (“Olá” em chinês). Bebo um pouco de água, descanso. Eles são atrevidos e simpáticos. Não percebemos patavina do que cada um de nós está a dizer ao outro, mas também não é grave.

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