030 – Agora de Bicicleta ao Longo do Rio Yangzté
A partir de agora vou começar a andar de bicicleta ao longo do rio Yangtzé. Este é o maior rio da Ásia, com 6.300 km, e é exclusivo da China. Nasce na zona do Tibete e atravessa o interior do país até ao Mar da China Oriental. O rio constitui assim uma artéria muito importante no transporte na China, ligando o interior ao litoral. Leio na Wikipédia o seguinte: o Yangtzé desempenha um grande papel na história, cultura e economia da China. O próspero Delta do Yangtzé gera 20% do produto interno bruto chinês. O rio Yangtzé flui através de uma larga variedade de ecossistemas e é habitat de várias espécies endémicas e ameaçadas de extinção, incluindo o jacaré-chinês, o boto-do-índico, o peixe-espada-chinês, o golfinho-do-Yangtzé e o esturjão-do-yangtzé.
Aquela foto panorâmica do Rio Yangtzé foi tirada de uma casa de banho pública. Curiosamente é um dos atrativos deste edifício onde existe algum comércio local. Existem cartazes a fazer publicidade à vista panorâmica desta casa de banho.
E aqui voltamos ao vosso tema preferido, caros leitores, o tema escatológico. (Não, não!… – dizem vocês, já sei). Estava uma senhora muito simpática a cuidar das casas de banho, ela andava a limpá-las regularmente (esta casa de banho é paga, mas muito barata – 1 Yuan; porém se forem 200 ou 300 pessoas por dia, talvez seja um negócio interessante – efetivamente estava bastante gente a fazer compras na praça ao ar livre, em cima, e é um local de passagem). Então essa senhora, prestavelmente passou a esfregona logo na primeira casa de banho, para eu ir. Eu sorri-lhe e agradeci. Ou seja, toda a gente que fosse à casa de banho, tinha de passar por mim – eu logo na primeira, e sem porta. Fiquei constrangida. Eu não estou habituada a estas coisas, têm de ter paciência. Costuma ser algo privado, a ida à casa de banho. De porta aberta e com uma grande vistaça sobre as montanhas e o Yangtzé, é uma experiência totalmente nova, de facto, mas deixou-me constrangida. Hesitei. A senhora viu a minha hesitação. Eis que vem uma rapariga chinesa – cliente – toda decidida, a qual caminhou alguns metros até ir para as últimas casas de banho. Ah. Então esta malta afinal pensa como eu. Ela também não ficou nas primeiras. E então lá caminhei também uns metros, e fui para uma mais longe (agora tenho de afastar-me da rapariga). E escolhi uma com porta, claro. Ao longo destes metros fui vendo coisas que não queria, e tentei desviar o olhar, mas a busca de uma casa de banho para eu entrar faz-me olhar. Algumas pessoas têm mesmo de aprender a chegar o rabinho para o lado e acertar no alvo.
Cruzei-me com este grupo de rapazes chineses, provenientes de várias zonas do país, que iam a caminho do Tibete. Nesta zona do Shangri-La, para onde vou hoje, vi imensos ciclistas, alguns sozinhos, outros em grupo – todos a caminho do Tibete.