043 – Explorando a Aldeia do Nong Bu (cont.)
Janelas ao estilo tibetano.
Espreitei para dentro desta casa e disse “hello”. As pessoas ficaram muito espantadas, claro. Uma ovelha ambulante e encaracolada a espreitar-lhes para dentro de casa. Estava esta velhota; a rapariga; um rapaz; e uma senhora, que seria a mãe de ambos, e que entretanto veio falar comigo. Eles tinham uma máquina de lavar roupa à porta, a trabalhar. As máquinas de lavar roupa chinesas são diferentes das nossas. A porta não está à frente, está em cima. Aliás, acho que esta nem tem porta. Vê-se a roupa a ser lavada, lá dentro. Mais à frente irei fotografar uma e poderá ser vista nestas crónicas. (Ver crónica 90).
Eles pensavam que eu andava perdida. É curioso, já é a segunda vez que me sugerem isto. Então mas alguém consegue perder-se numa aldeia tão pequena?… Eu disse-lhes “Nong Bu” e “Jai Song”, para eles saberem com quem eu estava. Então pensaram que eu andava à procura da casa deles. O rapaz, que estava sem camisa, foi buscar um casaco à pressa, quentíssimo, e queria ir levar-me a casa do Nong Bu. Lá lhes dei a entender que não era preciso, que eu andava só a passear. E segui caminho. Eles ficaram a ver-me.
Este malandro ladrou-me desalmadamente, atraindo a atenção de toda a gente que se encontrasse ao redor. Não houve qualquer diálogo possível. Ele é um cão preparado para o frio, e tem ainda pedaços de pelo farfalhudo, como as ovelhas, pendurados no corpo. Tentei apanhar essa imagem, mas não consegui. Ele em breve deixou de ligar-me e foi comer. Lá percebeu que eu não fazia mal. Efetivamente nunca mais me ligou, e eu cansei-me de estar ali de plantão, à espera que sua excelência acabasse de comer, para ver se conseguia tirar-lhe uma foto melhor. Tirei-lhe uma última (ver foto em baixo) que nem dei conta que ficou desfocada, e fui-me embora. Tenho as pessoas à minha espera para almoçar, não convém atrasar-me muito. Mas nesta foto abaixo consegue perceber-se os bocados de pelo creme claro pendurados. Este é que se transforma numa autêntica ovelha, no inverno. Se não estou em erro, pelas pesquisas que fiz na internet, talvez seja um Cão Pastor do Cáucaso, ou arraçado. Se alguém souber, que me diga.